Bachelet diz que jamais apoiará derrocada de governo eleito livremente
Santiago do Chile, 12 mar (EFE).- “Jamais apoiaremos nenhum movimento que de maneira violenta queira derrubar um governo eleito livre e constitucionalmente”, afirmou nesta quarta-feira a nova presidente do Chile, Michelle Bachelet, com relação à situação que a Venezuela vive.
“Sempre há certos princípios que é preciso valorizar, que são o respeito aos direitos humanos, à democracia e à Constituição”, ressaltou Bachelet em sua primeira entrevista coletiva desde que na terça-feira tomou posse novamente como presidente do Chile por um período de quatro anos.
A presidente revelou que nas reuniões que manteve nestes dias com os governantes dos países-membros da União de Nações Sul-americanas (Unasul) que chegaram ao Chile para participar de sua posse, pôde constatar que há uma postura unânime com relação à crise venezuelana.
“A atitude de todos os presidentes de Unasul é de acompanhamento e busca de todas as fórmulas para que a paz e o diálogo sejam a maneira como o povo venezuelano possa soberanamente seguir adiante”, apontou.
Bachelet fez votos de que na reunião que nas próximas horas realizarão em Santiago os chanceleres deste organismo, “seja possível chegar a acordos que permitam que a Unasul acompanhe um caminho de paz e diálogo para resolver conflitos de interesse que possam existir na sociedade venezuelana”.
Com relação a isso, a presidente Dilma Rousseff anunciou na terça-feira que a reunião de chanceleres decidirá o envio de uma comissão à Venezuela que pode incluir representantes de todos os países sul-americanos e que terá por objetivo ser interlocutor entre o governo venezuelano e a oposição.
Neste sentido, a presidente Bachelet reiterou a vontade de seu governo de “apoiar o povo e o governo da Venezuela em um processo que permita seguir adiante em seu caminho democrático em um governo eleito democraticamente e que possa resolver suas contradições”.
A governante lamentou “profundamente” a morte de Giselle Rubilar, a cidadã chilena que perdeu a vida após receber no sábado passado um disparo na cabeça na cidade de Mérida, a 500 quilômetros de Caracas.
“Dei instruções claras à Chancelaria para que possa ajudar a família e sabemos que o governo venezuelano está fazendo uma investigação para conhecer a verdade do sucedido”, acrescentou.
Cerca de 20 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas em fatos de violência relacionados com os protestos antigovernamentais que explodiram em 12 de fevereiro na Venezuela. EFE
mf/ff
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