Bahía Solano, um paraíso repleto de espécies no Pacífico colombiano
Laura Núñez Marín.
Bahia Solano (Colômbia), 28 abr (EFE).- A Bahía Solano, onde baleias, tartarugas e aves encontram um refúgio para se reproduzir, é um paraíso para o ecoturismo no Pacífico colombiano, uma das poucas regiões do mundo com selvas virgens e espécies animais e vegetais ainda para descobrir.
A cidade, localizada no golfo de Tribugá, no departamento (estado) de Chocó, a poucos quilômetros da fronteira com o Panamá, é associada às baleias-jubarte, mas esta paisagem natural não só abriga a cada ano os cetáceos que chegam para acasalar e dar à luz, mas também é lar de uma das maiores variedades de ecossistemas no mundo.
Precisamente fazendo honra a essa infinita riqueza natural, o aeroporto da Bahía Solano leva o nome do célebre médico e botânico espanhol José Celestino Mutis, diretor da Real Expedição Botânica do Novo Reino de Granada, que começou em 1783 e durou 33 anos.
Nos últimos anos, Bahía Solano foi consagrado como um dos melhores destinos para o turismo de natureza, ou ecológico.
Anualmente milhares de turistas colombianos e estrangeiros observam baleias, aves, tartarugas e rãs venenosas únicas no mundo, entre muitas outras espécies animais, assim como atividades de mergulho, pesca esportiva e trilhas.
Entre julho e novembro chegam à Bahía Solano as baleias-jubarte, que viajam do sul do continente para acasalar e ter filhotes, uma maravilha da natureza que até há meio século despertava temores entre os nativos que achavam que se tratava de monstros marítimos sobre os quais foram forjadas muitas lendas.
Com o tempo, o povo aprendeu sobre as jubartes e hoje a região sabe aproveitar o turismo de observação não apenas para a economia local, mas para proteger a espécie que está em perigo de extinção por causa da caça indiscriminada.
Outro espetáculo natural nas regiões de Playón de El Valle e da praia El Almejal, perto do porto, é a chegada entre agosto e novembro de um grande grupo de tartarugas Olive Ridley para deixar seus ovos.
Nessa região há mais de dez anos são desenvolvidos vários programas destinados à conservação dessa espécie, também em risco de extinção.
Como em outros destinos no Pacífico colombiano, as comunidades locais encontraram na proteção e na promoção do turismo natural uma forma de sustento e de desenvolvimento econômico.
A maioria dos turistas que chega à Bahía Solano é de estrangeiros que, ao contrário dos nativos, conhece bastante dos ecossistemas da região e trazem como bagagem aparelhos sofisticados para poder captar, por exemplo, o canto das baleias e das aves.
Bahía Solano é considerada também uma das melhores regiões para observação das aves, já que o Pacífico é o habitat de cerca de 650 espécies e podem ser encontrados pássaros endêmicos como a oriole de ouro do Chocó, a Penelope ortoni, a Neocrex colombiana, o mutum do Chocó, a Cotinga nattererii e a arara verde-limão.
Além disso, podem ser vistas várias espécies de rãs venenosas e variedade de morcegos.
Na região também há árvores como a Cariniana pyriformis, o cardo e o mogno, entre muitas outras.
Graças a essa vasta oferta natural, o porto da Bahía Solano foi palco neste mês da chegada, pela primeira vez, de um cruzeiro que oferece a seus mais de 100 passageiros destinos com grande variedade de flora e fauna, ao contrário dos navios que costumam navegar pelo Atlântico focando o turismo de sol e praia. EFE
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