Baixos preços do petróleo e depreciação do euro impulsionam a economia da UE

  • Por Agencia EFE
  • 14/05/2015 15h24

Bruxelas, 5 mai (EFE).- Os baixos preços do petróleo e a depreciação do euro impulsionam o crescimento econômico da União Europeia (UE) e da zona do euro em 2015 e 2016, ressaltou nesta terça-feira a Comissão Europeia (CE), que pediu aos países novos esforços para evitar que essa recuperação seja apenas conjuntural.

Bruxelas revisou hoje para cima o crescimento da economia da zona do euro, que neste ano será de 1,5% e no seguinte de 1,9%, enquanto no conjunto da UE será de 1,8% e de 2,1%, respectivamente.

Em suas novas previsões macroeconômicas, o Executivo comunitário ressaltou essa “ligeira progressão” no crescimento do PIB para a zona do euro e a União neste ano, que cifrou em dois e um décimo a mais, respectivamente, em relação ao previsto há três meses.

A melhora, ressaltou a CE, se deve a “um conjunto de fatores pontuais que permitem estimular um crescimento que sem eles, seria frágil”, em referência aos preços baixos do petróleo, à evolução econômica global sustentada e à depreciação do euro, assim como as políticas econômicas dos países, entre outros.

“Queremos que a primavera não seja só uma estação, queremos que o crescimento siga”, disse em entrevista coletiva o comissário europeu de Assuntos Econômicos e Financeiros, Pierre Moscovici, ao apresentar as perspectivas econômicas de primavera, ao mesmo tempo que ressaltou que “é necessário mais para impulsionar este crescimento”.

A CE acrescentou neste sentido que “espera também ter um verão prazeroso e um inverno clemente”.

Moscovici, que reconheceu que a economia europeia não tinha tido “um comportamento tão bom há anos” em uma primavera, ressaltou que para manter este impulso “são necessários progressos reais em investimentos e reformas junto com uma responsabilidade orçamentária”, o que qualificou de “absolutamente essenciais para o crescimento e a criação de emprego”.

Na mesma linha se expressou o vice-presidente da CE para o Euro e o Diálogo Social, Valdis Dombrovskis, que ressaltou que a recuperação das economias europeias se intensifica e que para que seja “duradoura e sustentável” é preciso continuar aplicando reformas estruturais, reforçar o investimento e fomentar a disciplina fiscal.

A CE antecipou que em meados de mês dará a cada país suas recomendações de política econômica para modelar esse enfoque em políticas concretas de fomento do crescimento.

Bruxelas advertiu também sobre o “desigual crescimento econômico” entre os parceiros europeus, cuja evolução do PIB para este ano irá de 3,6% previsto para a Irlanda e Malta, os mais altos da UE e da zona do euro, ao mais baixo do Chipre (-0,5%), Finlândia e Croácia (0,3%, cada um), Grécia (0,5%) e Itália (0,6%).

Entre as grandes economias da zona do euro, os economistas da CE avançam para a Alemanha uma progressão econômica de 1,9% para 2015, e de 2% para 2016, para a França de 1,1% e de 1,7%, e para a Espanha de 2,8% e de 2,6%.

Fora da zona do euro, o crescimento do Reino Unido será de 2,6% e de 2,4%.

A progressão do PIB que a CE estima para seus principais concorrentes econômicos, como são Estados Unidos e Japão, são de 3,1% neste ano e de 3% no seguinte no caso do primeiro, e de 1,1% e 1,4%, respectivamente, para o segundo.

Bruxelas precisou que a medida em que cada economia se beneficia dessa bonança atual dependerá de sua capacidade de reagir frente à diminuição dos preços do petróleo e à depreciação do euro.

O grupo precisou que é “provável” que a expansão quantitativa do Banco Central Europeu (BCE) afete mais os países que antes tinham condições de financiamento restritivas.

O Executivo comunitário assinalou que em alguns Estados-membros, “suas reservas de capital relativamente baixas e seus altos níveis de empréstimos não produtivos poderão reduzir os efeitos positivos da expansão quantitativa sobre os empréstimos bancários”.

Com relação à inflação, Bruxelas prevê que “seja quase nula no primeiro semestre de 2015” pela queda dos preços da energia, embora espere um aumento no restante de ano e no seguinte, quando se situará em 0,1% e 1,5%.

A previsão da CE a respeito do desemprego, uma das principais preocupações europeias, é em baixa, embora “siga elevado”, e assim, estima que este ano fechará com uma taxa de desemprego de 9,6% no conjunto da UE e de 11% na zona do euro, que cairá em 2016 a 9,2% e a 10,5%, respectivamente.

As perspectivas orçamentárias na União e na zona do euro “seguem melhorando” pelos ajustes realizados nos últimos anos e pela melhora econômica geral, diz a CE, que estima que a média do déficit em relação ao PIB na UE será de 2,5% em 2015 e de 2% em 2016.

Entre os 19 países do euro, a média desse indicador se situará no 2% em 2015 e em 1,7% em 2016. EFE

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