Baku considera que URSS cometeu crimes de contra a humanidade em sua invasão

  • Por Agencia EFE
  • 20/01/2015 18h27

Madri, 20 jan (EFE).- Na entrada de tropas soviéticas em Baku, que custou a vida de quase 140 pessoas e da qual se completam 25 anos nesta segunda-feira, foram cometidos “crimes contra a humanidade” que devem ser julgados pelo Tribunal Penal Internacional, destacou o embaixador do Azerbaijão na Espanha, Altay Efendiev.

Para o representante diplomático, a situação convulsa e os conflitos étnicos entre armênios e azerbaijanos serviram de pretexto ao então presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, para decretar estado de exceção.

Gorbachev “estimulou” os problemas étnicos para ter um pretexto para entrar em Baku, afirmou Efendiev.

“A situação nos territórios de Nagorno Karabakh era tensa, e muitos civis, diante da destruição de suas propriedades e das ameaças de morte, abandonaram a região e se refugiaram na capital (Baku)”, acrescentou o embaixador, em alusão ao conflito com a Armênia pela soberania desse enclave.

“Se a Rússia quisesse evitar esses eventos, teria intervindo com rapidez, e não deixado a situação se deteriorar”, declarou Efendiev.

“Na realidade, a União Soviética queria permanecer em uma zona estratégica”, disse o embaixador do Azerbaijão, que sustentou que, “enquanto isso, os azerbaijanos buscavam sua independência”.

A entrada das tropas soviéticas em Baku deixou 137 mortos, mais de 700 feridos e terminou com 800 detenções, segundo dados divulgados à Agência Efe pelo presidente da associação de vítimas, Yusif Bunyatzad.

“Janeiro negro” é o nome destes fatos que os cidadãos do país lembram ano após ano.

“Os azerbaijanos visitam os túmulos que estão nas proximidades do mar Cáspio e deixam flores diante dos monumentos que foram construídos para lembrar os mártires”, explicou o embaixador. EFE

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