Balões com propaganda anti-norte provocam troca de ameaças entre duas Coreias
Seul, 23 mar (EFE).- A Coreia do Sul anunciou nesta segunda-feira que responderá com dureza uma eventual agressão militar da Coreia do Norte, depois de o regime de Kim Jong-un ameaçar abrir fogo na fronteira por causa do lançamento de balões com propaganda contra o regime.
O governo sul-coreano reagirá “com firmeza e com decisão diante de qualquer provocação” militar do país vizinho, sentenciou em entrevista coletiva um porta-voz do Ministério da Unificação de Seul.
Ontem a Coreia do Norte ameaçou empregar “todos os meios de fogo” em resposta ao envio de balões com propaganda contra o regime planejada por ativistas para esta semana a partir da fronteira sul-coreana.
Os ativistas, a maioria dissidentes norte-coreanos que fugiram para o Sul, anunciaram o envio nesta quinta-feira, 26, de 500 mil panfletos com propaganda contra o regime dos Kim e cópias do filme “A entrevista”, comédia que ridiculariza a figura do atual líder norte-coreano, Kim Jong-un.
Devido a esta situação de tensão e aos protestos dos sul-coreanos que moram próximo à fronteira, que temem por sua segurança, foi levantada a possibilidade de o governo tomar medidas para impedir o lançamento dos balões.
No entanto, o representante do Ministério da Unificação sul-coreano reiterou hoje que esta atividade “está amparada pelo direito à liberdade de expressão, um direito básico”, e sugeriu que o governo não planeja proibi-la.
O porta-voz esclareceu, no entanto, que Seul poderia tomar as rédeas do assunto “se existir uma ameaça evidente à segurança”, embora não especificou quais seriam as medidas concretas neste sentido.
Uma recente decisão judicial na Coreia do Sul em resposta a uma ação de moradores da zona fronteiriça estabeleceu que, apesar da liberdade de expressão ser um fator de peso, as autoridades podem proibir o envio de propaganda se isto por em perigo as pessoas que vivem na área.
Esta atividade, considerada pela Coreia do Norte uma grave ofensa, já provocou cenas de muita tensão na fronteira intercoreana, a maior delas em outubro do ano passado, quando o exército norte-coreano chegou a disparar contra os balões, o que motivou uma troca de tiros sem incidentes entre as duas Coreias. EFE
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