Ban acredita que via diplomática segue aberta na Crimeia e pede diálogo

  • Por Agencia EFE
  • 18/03/2014 15h43
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Nações Unidas, 18 mar (EFE).- O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, considera que a porta para uma solução diplomática da crise na Crimeia segue aberta apesar da anexação da república pela Rússia.

“Não acreditamos que a porta da diplomacia esteja fechada. Nós seguimos comprometidos e convocamos outros a garantir que essa porta siga aberta e o diálogo flua nas duas direções”, declarou em nome de Ban seu porta-voz, Stephan Dujarric, em entrevista coletiva.

Dujarric reiterou hoje que o secretário-geral da ONU segue com “crescente preocupação” os eventos, “primeiro a realização do referendo e agora as ações empreendidas em relação com a anexação da Crimeia” por parte da Rússia.

Segundo o porta-voz, a mensagem de Ban continua sendo a mesma que nos últimos dias e se centra em que todas as partes evitem “atos precipitados” e “trabalhem para uma solução guiada pelos princípios da Carta das Nações Unidas”.

Esses princípios, lembrou, incluem o “respeito da unidade, soberania e integridade territorial da Ucrânia”.

“Enquanto o secretário-geral intensifica seus esforços diplomáticos, urge uma volta imediata a um diálogo construtivo entre todas as partes para resolver a crise”, acrescentou.

O porta-voz, perguntado pelos jornalistas, assegurou que não corresponde a Ban “reconhecer ou não reconhecer os resultados” do referendo de secessão realizado na Crimeia no domingo.

Enquanto isso, o Conselho de Segurança da ONU poderia reunir-se novamente amanhã ou nos próximos dias para tratar os últimos eventos, segundo antecipou hoje a embaixadora luxemburguesa, Sylvie Lucas, cujo país preside atualmente o órgão.

“Estamos esperando receber uma solicitação, não excluiria um novo encontro amanhã”, declarou Lucas aos jornalistas.

A última reunião sobre a Ucrânia do principal órgão de decisão das Nações Unidas aconteceu no sábado, antes do referendo na Crimeia, quando a Rússia vetou uma resolução ocidental que criticava a consulta e pedia o não reconhecimento de seus resultados.

Desde esse dia, os crimeanos votaram a favor de abandonar a Ucrânia e solicitaram sua união à Rússia, que hoje Moscou tornou oficial.

Estados Unidos e União Europeia, por sua parte, responderam ao Kremlin com a imposição de sanções contra alguns funcionários russos e ucranianos.

Hoje, além disso, o presidente interino ucraniano, Aleksandr Turchinov, assegurou que o conflito com a Rússia “deixou de ser político e passou à esfera militar”, após denunciar que tropas russas abriram fogo contra militares ucranianos.

Segundo a imprensa local, um militar ucraniano morreu na Crimeia e outro ficou ferido por disparos russos. EFE

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