Ban Ki-moon diz que destruir barcos “não é solução” para imigração
Cidade do Vaticano, 28 abr (EFE).- O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse nesta terça-feira que destruir os barcos que os traficantes usam para levar imigrantes para a Europa “não é a solução”, pois isto poderia afetar a pesca na Líbia.
“Acabar com os barcos não é a solução, é preciso encontrar formas para acabar com os traficantes. A pesca na Líbia é um recurso muito importante e se destruímos os barcos poderemos provocar um prejuízo enorme para a economia”, argumentou.
O discurso foi feito durante uma conferência sobre meio ambiente no Vaticano, que contou com a presença do papa Francisco.
Na semana passada o Conselho Europeu propôs a destruição dos barcos como uma das medidas para lidar com o fluxo migratório no Mediterrâneo e os naufrágios.
Traficantes de pessoas fazem negócio enviando imigrantes do norte da África para a Europa em pesqueiros.
Outra proposta foi triplicar os fundos destinados para abordar a questão.
Ban Ki-moon defendeu “uma robusta operação de resgate” e disse que após essa cúpula de chefes de Estado e do governo da União Europeia foi “dado o primeiro passo”.
“É necessária uma robusta operação de resgate e salvamento no Mediterrâneo. Em Bruxelas se deu o primeiro passo”, defendeu.
Além disso, pediu que fossem criados “corredores seguros e regulares humanitários” no Mediterrâneo.
A destruição dos barcos utilizados para a imigração clandestina é um dos pontos mais controvertidos da ação europeia, pois para isso é preciso uma aprovação do Conselho de Segurança Nações Unidas.
O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, solicitou o apoio da França, Grã-Bretanha (membros permanentes) e Espanha (membro não permanente até 2016) para que o órgão decisivo da ONU emita esta resolução e permita a ação no âmbito do Direito Internacional. EFE
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