Ban Ki-moon faz consultas antes de negociações de paz para o Iêmen

Genebra, 14 jun (EFE).- O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, começou neste domingo uma série de consultas preliminares antes do início, previsto para amanhã, das negociações de paz para o Iêmen, com responsáveis do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) e embaixadores de 18 países com interesse no conflito iemenita.

Estas são as primeiras conversas políticas entre as partes iemenitas envolvidas no conflito armado, o movimento insurgente xiita dos houthis e as forças militares aliadas ao presidente no exílio, Abdo Rabbo Mansour Hadi.

O chefe da ONU deve começar amanhã as negociações entre uma delegação enviada pelo presidente Hadi a Genebra e outras entidades políticas opositoras, incluídos os houthis.

Ban participará do início deste processo que em seguida ficará nas mãos de seu enviado especial para o Iêmen, Ismail Ould Sheikh Ahmed.

Ahmed esclareceu hoje, em uma declaração por escrito, que estas negociações têm dois pilares.

O primeiro é o plano do CCG para uma transição política no Iêmen, assinado em novembro de 2011.

O acordo formalizou a saída do poder do presidente Ali Abdullah Saleh após um levante popular e a transferência do poder para seu vice-presidente, Hadi, com quem depois rompeu.

O segundo pilar destas consultas políticas para a paz é o diálogo para a transição no Iêmen, realizado entre março de 2013 e o princípio de 2014, que terminou sem sucesso e em meio de cada vez maiores tensões políticas e sociais.

Um porta-voz da ONU em Genebra confirmou que a resolução adotada em meados de abril pelo Conselho de Segurança da ONU sobre o Iêmen – que determina que os houthis devem depor as armas e impõe sanções contra seus líderes – é outro pilar fundamental das negociações.

Fontes da organização reconheceram, no entanto, que este último ponto não aparece na declaração do mediador da ONU porque os houthis colocaram isso como condição para participar do diálogo com os enviados de Hadi.

O presidente iemenita reconhecido internacional, Hadi, está atualmente exilado na Arábia Saudita. Este país lidera deste o fim de março uma colisão árabe que intervem militarmente no Iêmen, atacando posições houthis. EFE