Ban Ki-moon mostra preocupação após Burundi recusar adiamento das eleições

  • Por Agencia EFE
  • 28/06/2015 19h07
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Nações Unidas, 28 jun (EFE).- O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se mostrou preocupado neste domingo após o governo do Burundi se recusar a adiar as eleições de segunda-feira, apesar do atual clima de tensão vivido no país.

Em comunicado feito por seu porta-voz, Ban Ki-moon lamentou a “intransigência” do país, o que impediu a possibilidade de se chegar a um acordo sob a mediação internacional que permitisse a realização de eleições “livres, justas, inclusivas e pacíficas”.

Apesar disso, o diplomata coreano confirmou que a missão de observação eleitoral da ONU supervisionará as eleições, como havia sido encarregada.

Ban Ki-moon ressaltou que é responsabilidade do governo do Burundi garantir a segurança dos analistas e dos eleitores e impedir qualquer tipo de intimidação ou assédio.

Mais uma vez, o chefe das Nações Unidas pediu aos líderes políticos do país para levarem em conta o interesse geral e resolver suas diferenças através do diálogo.

Após as eleições legislativas e municipais de segunda-feira, a previsão que as presidenciais sejam realizadas no dia 15 de julho.

Burundi está imerso em uma crise política desde abril, quando o presidente do país, Pierre Nkurunziza, anunciou que se candidataria a um terceiro mandato, o que é proibido pela Constituição.

A decisão gerou uma onda de manifestações que causou a morte de dezenas de pessoas e levou a uma tentativa de golpe dos militares contra Nkurunziza, a quem a comunidade internacional pede que não convoque eleições até que a situação tenha se normalizado.

O segundo vice-presidente do Burundi, Gervais Rufyikiri, aproveitou uma viagem pessoal a Bruxelas, onde receberia tratamento médico, para anunciar sua renúncia, por considerar “inconstitucional” a decisão de Nkurunziza de concorrer às eleições.

Nos últimos meses, cerca de cem mil pessoas fugiram do Burundi por medo à repressão política e buscaram refúgio em Ruanda, Tanzânia na República Democrática do Congo, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). EFE

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