Ban pede à comunidade internacional para atuar mais para evitar genocídios

  • Por Agencia EFE
  • 01/04/2014 15h06

Bruxelas, 1 abr (EFE).- O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta terça-feira à comunidade internacional para repensar sua atitude, “frequentemente relutante” a agir para impedir genocídios e crimes contra a humanidade e pediu para ser feito mais a respeito.

“A comunidade internacional frequentemente demonstra sua relutância a atuar, quando crimes atrozes estão ocorrendo”, alertou Ban durante a conferência internacional sobre a prevenção do genocídio que termina hoje em Bruxelas.

“Todos nós deveríamos estar pensando no que mais podemos fazer a respeito sobre crimes atrozes que estão acontecendo diante de nossos olhos e em atuar antes para evitar que as sociedades se façam lascas e caiam na destruição e a violência”, insistiu.

Ban ressaltou que a prevenção de genocídios deve ser um “esforço” por parte de todos os setores, e destacou que esse trabalho corresponde primeiro e “antes de tudo” aos governos, que devem “assumir as responsabilidades fundamentais, que são escutar seu povo e dar respostas”.

O secretário-geral da ONU afirmou que a sociedade também deve assumir sua responsabilidade, na qualidade de testemunhas, eleitores ou, simplesmente, de cidadãos.

“Essa é a tarefa para cada um de nós a cada dia, nos esforçando juntos em evitar as atrocidades em massa e crimes contra a humanidade”, salientou.

Ban ressaltou que há situações do panorama político internacional “frágeis e tensas”. Entre elas citou os conflitos na Síria e a República Centro-Africana, que qualificou de “pesadelos para os mais afetados diretamente e grupos vulneráveis”.

Para ele, os genocídios podem ser prevenidos através de “instituições nacionais legítimas e responsáveis que sejam críveis aos olhos da população”, o que, segundo sua opinião, representa assegurar o respeito do estado de direito e a proteção dos direitos humanos.

Também destacou as ações realizadas nos últimos anos por cortes internacionais como o Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia e o Tribunal Especial para Serra Leoa.

Nesta mesma linha se pronunciou na segunda-feira o vice-primeiro-ministro e responsável de Relações Exteriores da Bélgica, Didier Reynders, que destacou a criação de tribunais internacionais dedicados exclusivamente a depurar responsabilidades, por exemplo, em países da antiga Iugoslávia e em Ruanda.

Esta conferência aconteceu no marco dos 20 anos do genocídio de Ruanda em 1994. O secretário-geral da ONU se reuniu, além disso, com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy. Amanhã ele assistirá à IV Cúpula UE-África, que reunirá chefes de Estado e do governo dos dois continentes durante dois dias. EFE

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