Ban pede aceleração na negociação para um acordo em Paris sobre o clima
Paris, 26 ago (EFE).- O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta quarta-feira uma aceleração no ritmo das negociações sobre a mudança climática, porque restam menos de 100 dias para a cúpula de dezembro em Paris na qual deve ser assinado um acordo para redução de emissões.
“Peço aos líderes mundiais que deem uma mensagem clara aos negociadores de que eles têm que acelerar o processo”, ressaltou Ban em entrevista coletiva junto aos dois ministros que se substituem na organização das cúpulas sobre a mudança climática, o peruano Manuel Pulgar e o francês Laurent Fabius.
Ban insistiu que “a reunião de Paris é o último prazo” e se esquivou de responder diretamente a pergunta sobre quem são os que estão atrasando os avanços.
O líder das Nações Unidas lembrou que embora os Estados estejam negociando há 20 anos, na realidade só no ano passado em Lima foi adotado um texto, que não passava de uma minuta.
Para o secretário-geral da ONU, há “quatro grandes problemas” para obter o compromisso: “o nível das ambições”, a questão de se o acordo será vinculativo juridicamente ou não, as responsabilidades “comuns, mas diferenciadas” de uns e outros países e o financiamento.
Fabius, como anfitrião da cúpula de dezembro, reiterou na mesma mensagem que “é preciso uma aceleração” e disse que a negociação “é uma luta contra o relógio” porque quanto mais tarde for aplicado um programa global para reduzir as emissões do efeito estufa, mais difícil será cumprir com o objetivo de limitar o aquecimento a dois graus centígrados.
O ministro francês também formalizou o anúncio de uma conferência em Paris para 5 e 6 de setembro, com aproximadamente 50 ministros representativos de todas as regiões do mundo para discutir em particular sobre os mecanismos de financiamento, a adaptação à mudança climática e as tecnologias que podem ajudar.
Pulgar, por sua vez, se esforçou em transmitir “uma mensagem de esperança e de otimismo” porque “alcançaremos -disse- um acordo no final de ano”.
Segundo sua opinião, o fracasso da cúpula de Copenhague de 2009 não se repetirá. “Estamos no processo em que baseamos o consenso na confiança” e “estamos trabalhando de uma forma muito transparente” com a sociedade civil.
O ministro peruano do Meio Ambiente considerou que “não é o momento de culpar uns ou outros” e disse que o que se pretende é fixar “um novo paradigma para o desenvolvimento no futuro”. EFE
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