Banco Central dos EUA demonstra preocupação com alta “prematura” dos juros

  • Por Agencia EFE
  • 18/02/2015 19h29
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Washington, 18 fev (EFE).- O Federal Reserve (Fed) parece não ter pressa e está agora mais inclinado a manter as taxas de juros de referência “por um tempo maior” do que o previsto anteriormente perante os possíveis efeitos negativos de uma alta “prematura”, revelaram nesta quarta-feira as atas da reunião de janeiro do banco central americano.

“Muitos participantes observaram que uma alta prematura das taxas de juros poderia prejudicar a aparentemente sólida recuperação na atividade econômica real e as condições do mercado de trabalho”, indicaram os participantes do encontro do Comitê de Mercado Aberto do Fed dos dias 27 e 28 de janeiro.

Por isso, muitos se inclinaram por manter as taxas de juros em seus níveis atuais “por um tempo maior”.

As taxas de juros de referência nos Estados Unidos se encontram em níveis excepcionalmente baixos, de entre 0% e 0,25% desde a explosão da crise financeira em 2008.

No entanto, e dada a consolidação do crescimento nos últimos meses, o Fed concluiu seu programa de estímulo monetário através da injeção de liquidez e informou sua intenção de elevar os juros em meados de 2015.

O índice de desemprego caiu de maneira sustentada e se encontra agora em 5,7%, em níveis não vistos desde 2008, e em 2014 o crescimento econômico fechou em 2,4%, o maior desde 2010.

Apesar disso, outro ponto de preocupação é a persistente baixa inflação nos EUA, abaixo do 2% estabelecido como limite pelo Fed, e em dezembro o indicador fechou com um número anualizado de 0,7%.

“Vários participantes do encontro consideraram a contínua fraqueza do núcleo da inflação como uma preocupação”, segundo mostram as atas, que são publicadas tradicionalmente com três semanas de atraso.

Dentro do panorama exterior, os membros do Fed avaliaram os baixos preços do petróleo como um efeito positivo “maior que o esperado” no crescimento global.

Enquanto isso, por outro lado, mencionaram a desaceleração da China como um fator que “está freando a expansão econômica em um bom número de países”, assim como que “a valorização do dólar continuará sendo uma persistente fonte de limitação”, especialmente para as exportações americanas.

As próximas reuniões do Fed sobre política monetária estão marcadas para os próximos dias 17 e 18 de março. EFE

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