Banco Central eleva taxa Selic para 13,75%, maior nível em 9 anos

  • Por Agencia EFE
  • 03/06/2015 21h47
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Rio de Janeiro, 3 jun (EFE).- O Banco Central elevou nesta quarta-feira a taxa referencial de juros do país em 0,5 ponto percentual, de 13,25% para 13,75% ao ano, seu maior nível em quase nove anos, para tentar combater a inflação.

A taxa Selic não era tão alta desde agosto de 2006, quando estava em 14,25% ao ano.

A elevação do custo do dinheiro, que já era prevista pelo mercado, foi anunciada hoje após uma reunião de dois dias dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom), em um momento em que a inflação anual está em seu maior nível dos últimos 11 anos.

Esta foi a sexta vez consecutiva em que o Copom decidiu elevar os juros por considerar que uma política monetária mais restritiva é necessária para enfrentar o aumento dos preços.

A medida procura encarecer o custo do dinheiro, restringir o crédito e diminuir o consumo para conter a alta dos preços, apesar de também dificultar o investimento, em um momento em que o país caminha rumo à recessão econômica.

O Produto Interno Bruto (PIB) encolheu 0,2% no primeiro trimestre e a projeção é que volte a cair no segundo trimestre, o que configurará tecnicamente uma recessão.

O país cresceu apenas 0,1% no ano passado e até o governo prevê que a economia sofrerá uma contração de 1,2% este ano.

A decisão de elevar os juros deixou claro que a prioridade do BC é reduzir a inflação para poder cumprir a meta da inflação pelo menos no próximo ano.

A meta inflacionária do BC é de 4,5% ao ano, com 2 pontos para mais ou para menos de tolerância.

No entanto, a inflação acumulou nos últimos 12 meses até abril 8,13%, seu maior nível para um ano desde dezembro de 2003 (9,3%), e o próprio Banco Central admitiu que o índice ficará perto de 8% este ano e já deixou para 2016 a tarefa de cumprir a meta.

Os economistas dos bancos preveem para este ano uma inflação de 8,39%, muito acima da prevista pelo governo e quase dois pontos percentuais acima da máxima tolerada pelo Banco Central. EFE

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