Bangcoc registra menos movimento em 2º dia de paralisação por manifestações
Bangcoc, 14 jan (EFE).- As ruas de Bangcoc amanheceram nesta terça-feira com menos movimento do que o habitual, no segundo dia de campanha dos manifestantes antigovernamentais para paralisar a capital e forçar a queda do governo interino.
Milhares de pessoas permanecem nas ruas do centro da cidade, onde montaram um acampamento com a intenção de estender os protestos até que sejam suspensas as eleições de 2 de fevereiro.
“Fecharemos a cidade. Vamos fazer isso todos os dias até vencermos”, declarou ontem o líder dos protestos, o ex-vice-primeiro-ministro Suthep Thaugsuban, em um dos lugares tomados pelos manifestantes.
Apesar da presença de milhares de manifestantes e do fechamento de vários escritórios e centros educativos, os principais shoppings estavam abertos ontem, mas com horário reduzido.
As pessoas utilizaram o metrô, o trem elevado e os canais para chegar aos seus destinos, sobretudo os trabalhadores mais vulneráveis, que não podem perder um dia de salário.
A primeira-ministra interina, Yingluck Shinawatra, convocou uma reunião com os representantes do Partido Democrata (oposição), o Tribunal Constitucional, a Procuradoria e outras instituições estatais para tratar o possível adiamento das eleições.
No entanto, os manifestantes, que contam com o apoio da oposição, rejeitaram qualquer diálogo com o Executivo.
Seu plano é que um conselho não eleito realize as reformas no sistema político, que consideram corrupto, antes das eleições, um parêntese não democrático que poderia durar até 14 meses.
Os seguidores de Suthep acusam Thaksin Shinawatra de ser o responsável pelos males do país. Thaksin foi deposto do cargo de primeiro-ministro em um golpe de Estado em 2006. A oposição afirma que ele comanda a Tailândia do exílio, onde vive para evitar a prisão por corrupção.
Thaksin e seus aliados ganharam todas as eleições desde 2001 e contam com apoio majoritário nas zonas rurais do norte e nordeste do país, mas seus opositores também têm capacidade para mobilizar dezenas de milhares de manifestantes, tal como demonstraram em outras ocasiões.
A ONG International Crisis Group advertiu que as vias para uma solução pacífica para a crise estão se esgotando e que a suspensão das eleições pode gerar uma espiral de violência no país.
“As elites tailandesas em conflito dissentem fundamentalmente em como o poder deve ser adquirido e exercido”, informou a organização internacional.
Desde o golpe de Estado contra Thaksin, seus simpatizantes e opositores tomaram as ruas de Bangcoc em diversas ocasiões para exigir a renúncia do governo vigente em manifestações que, frequentemente, terminaram em violência. EFE
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