Banheiro “improvisado” e 12h de trabalho: o 11/09 de Caio Blinder em Nova Iorque

  • Por Jovem Pan
  • 09/09/2016 12h59
Robert J. Fisch/Flickr/Wikimmedia Commons Atentados às Torres Gêmeas World Trade Centes em Nova York - 11 de setembro de 2001 11/09 - 9/11 - wikimmedia

Os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 completam 15 anos neste domingo.

Os ataques às Torres Gêmeas no centro de Nova Iorque e ao Pentágono representaram um marco na história contemporânea do Ocidente.

O correspondente Jovem Pan nos Estados Unidos Caio Blinder conta como foi aquele dia de intenso trabalho para registrar os acontecimentos e dissipar boatos. Confira o depoimento em vídeo e texto:

Aquela terça-feira de setembro amanheceu ensolarada, em um final glorioso de verão em Nova Iorque. Mas Caio Blinder sentia-se “sombrio” junto com Lucas Mendes, colega de Manhattan Connection.

Na reunião de pauta durante o café da manhã estava difícil encontrar um assunto “quente” sobre o qual falar logo cedo.

De repente, uma agitação tomou conta do 16º andar do prédio da Reuters, em Times Square. Blinder desceu à redação no 4º andar e todos já acompanhavam, atônitos, o choque do primeiro avião em uma das torres do World Trade Center.

Rapidamente começava a se desenhar o tamanho do estrago e do evento histórico que estava em curso.

Como os telefones não funcionavam, o correspondente resolver acompanhar o desenrolar dos acontecimentos de casa, no subúrbio de Nova Iorque. Em meio à grande nuvem de fumaça e agitação que tomava conta da cidade, Blinder conseguiu sair de Manhattan pela Ponte George Washington pouco antes de ela ser fechada e a ilha, bloqueada.

Por volta das 10h, a secretária eletrônica já estava cheia de mensagens de José Carlos Pereira, diretor de jornalismo da Jovem Pan, cobrando para que o correspondente internacional entrasse no ar.

A partir daí, foram cerca de 12 horas ininterruptas de trabalho.

Para não perder nenhum novo acontecimento ou detalhe, Caio Blinder, que tem diabete insípida (e deve beber muita água e ir ao banheiro frequentemente), encontrou como solução deixar um balde ao lado da escrivaninha.

A cena, “prosaica”, “faz parte da vida de jornalismo”.

Rumores

Era o início da terceira guerra mundial? Era o início de um ataque em larga escala às maiores cidades do Ocidente? Ninguém sabia o que estava acontecendo num primeiro momento.

“Aprendi uma coisa com a Jovem Pan: você tem que ser muito ágil na informação e também muito preciso. É melhor esperar um pouco e não errar”, conta Blinder. “Eu tentava dissipar a onda de rumores que cercava aqueles acontecimentos”.

De seu posto privilegiado, Blinder tentava dar contexto ao que estava acontecendo. “Cumpri minha tarefa naquele dia. Tenho 40 anos de jornalismo e considero a minha cobertura naquele 11 de setembro na Jovem Pan um marco profissional na minha vida”, diz.

“Eu estava muito emocionado e tenso com o que acontecia, mas consegui manter o sangue frio e exercer meu trabalho jornalístico. É o chamado dia inesquecível na minha vida de jornalista e cidadão”, conclui Caio Blinder.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.