Banheiro “improvisado” e 12h de trabalho: o 11/09 de Caio Blinder em Nova Iorque
Os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 completam 15 anos neste domingo.
Os ataques às Torres Gêmeas no centro de Nova Iorque e ao Pentágono representaram um marco na história contemporânea do Ocidente.
O correspondente Jovem Pan nos Estados Unidos Caio Blinder conta como foi aquele dia de intenso trabalho para registrar os acontecimentos e dissipar boatos. Confira o depoimento em vídeo e texto:
Aquela terça-feira de setembro amanheceu ensolarada, em um final glorioso de verão em Nova Iorque. Mas Caio Blinder sentia-se “sombrio” junto com Lucas Mendes, colega de Manhattan Connection.
Na reunião de pauta durante o café da manhã estava difícil encontrar um assunto “quente” sobre o qual falar logo cedo.
De repente, uma agitação tomou conta do 16º andar do prédio da Reuters, em Times Square. Blinder desceu à redação no 4º andar e todos já acompanhavam, atônitos, o choque do primeiro avião em uma das torres do World Trade Center.
Rapidamente começava a se desenhar o tamanho do estrago e do evento histórico que estava em curso.
Como os telefones não funcionavam, o correspondente resolver acompanhar o desenrolar dos acontecimentos de casa, no subúrbio de Nova Iorque. Em meio à grande nuvem de fumaça e agitação que tomava conta da cidade, Blinder conseguiu sair de Manhattan pela Ponte George Washington pouco antes de ela ser fechada e a ilha, bloqueada.
Por volta das 10h, a secretária eletrônica já estava cheia de mensagens de José Carlos Pereira, diretor de jornalismo da Jovem Pan, cobrando para que o correspondente internacional entrasse no ar.
A partir daí, foram cerca de 12 horas ininterruptas de trabalho.
Para não perder nenhum novo acontecimento ou detalhe, Caio Blinder, que tem diabete insípida (e deve beber muita água e ir ao banheiro frequentemente), encontrou como solução deixar um balde ao lado da escrivaninha.
A cena, “prosaica”, “faz parte da vida de jornalismo”.
Rumores
Era o início da terceira guerra mundial? Era o início de um ataque em larga escala às maiores cidades do Ocidente? Ninguém sabia o que estava acontecendo num primeiro momento.
“Aprendi uma coisa com a Jovem Pan: você tem que ser muito ágil na informação e também muito preciso. É melhor esperar um pouco e não errar”, conta Blinder. “Eu tentava dissipar a onda de rumores que cercava aqueles acontecimentos”.
De seu posto privilegiado, Blinder tentava dar contexto ao que estava acontecendo. “Cumpri minha tarefa naquele dia. Tenho 40 anos de jornalismo e considero a minha cobertura naquele 11 de setembro na Jovem Pan um marco profissional na minha vida”, diz.
“Eu estava muito emocionado e tenso com o que acontecia, mas consegui manter o sangue frio e exercer meu trabalho jornalístico. É o chamado dia inesquecível na minha vida de jornalista e cidadão”, conclui Caio Blinder.
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