Barco norte-coreano retido sairá do Panamá com 32 dos 35 tripulantes

  • Por Agencia EFE
  • 08/02/2014 18h22

Panamá, 8 fev (EFE).- Quase todos os dos tripulantes da embarcação norte-coreana detida no Canal do Panamá em julho por transportar armas cubanas sem declaração escondidas embaixo de toneladas de açúcar partirão no navio, que foi liberado neste sábado depois de os responsáveis pagarem a multa.

O representante legal dos marítimos norte-coreanos no Panamá, Julio Berríos, disse à Agência Efe que 32 tripulantes “irão com o navio” que zarpará em breve, mas não divulgou a data exata.

Outros três tripulantes da embarcação Choing Chon Gang deverão enfrentar um processo judicial que serão informados a Berríos na próxima segunda-feira “quando for à promotoria”, explicou o advogado em conversa telefônica.

Os três norte-coreanos detidos são acusados de atentar contra a segurança pública, crime passível de até 12 anos de prisão.

A Autoridade do Canal do Panamá (ACP) informou em comunicado que representantes da embarcação Chong Chon Gang pagaram hoje a multa de US$ 693.333.

“Recebido o pagamento, e em estrito cumprimento com seus processos, a ACP autorizou a saída do navio, por isso seus representantes podem dispor dela imediatamente”, indicou o comunicado.

Os 32 tripulantes foram libertados em janeiro após concluir o Ministério Público que desconheciam sobre a carga ilícita, e estavam à disposição da Autoridade Nacional de Migração por serem estrangeiros.

Um porta-voz do escritório de Migração disse à Agência Efe que os 32 norte-coreanos estavam detidos, apesar de terem sido liberados das acusações, nas instalações do Serviço Aeronaval na antiga base de Sherman, no Pacífico panamenho enquanto eram realizados os trâmites para a repatriação.

Os três tripulantes processados são o capitão do navio, seu primeiro oficial e o oficial político, que, segundo a documentação confiscada na embarcação, sabiam da presença das armas no navio.

A embarcação norte-coreana, que tinha como carga um arsenal de armas oculto sob 200 mil sacas de açúcar, foi liberado condicionalmente++ no final de novembro, mas não podia deixar o Panamá porque precisava pagar a multa imposta pela ACP por transitar na via com uma carga não declarada.

O arsenal cubano foi achado pelas autoridades panamenhas sob 10 mil toneladas de açúcar, que foram descarregadas e levadas ao interior do Panamá em um operação que durou um mês. O Ministério Público (MP) do Panamá leiloará a matéria-prima.

As armas, incluídas plataformas de mísseis, dois modernos aviões Mig-21 Bis, motores dessa aeronave novos e outros equipamentos, também foram desembarcados e transferidos para outros hangares da antiga base aérea de Howard, hoje aeroporto Panamá-Pacífico, a cinco quilômetros a oeste da capital panamenha.

O Panamá apelou à ONU e em agosto uma equipe de analistas do Conselho de Segurança chegou ao país centro-americano para inspecionar as armas.

A equipe das Nações Unidas assinalou, em relatório preliminar, que o caso violava as resoluções que impedem Pyongyang de importar ou exportar armamento de qualquer tipo, informou Panamá em 28 de agosto. EFE

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