BCE manterá apoio à Grécia enquanto durar o resgate, segundo Atenas
Bruxelas, 22 jun (EFE).- O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou nesta segunda-feira ao primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, que a instituição manterá a liquidez de emergência que fornece aos bancos gregos enquanto durar o resgate do país, que expira no dia 30 de junho.
Fontes do governo grego afirmaram que Draghi garantiu a Tsipras que o acesso ao mecanismo de assistência de emergência (ELA) aos bancos gregos, que é uma de suas poucas fontes de liquidez para mantê-los flutuando, será mantido nos próximos dias.
Draghi também ressaltou a importância de que a Grécia consiga um acordo com seus credores – entre eles o próprio BCE – sobre o programa de resgate antes que este expire, durante a reunião que ele e Tsipras tiveram antes do início da cúpula extraordinária de líderes da zona do euro realizada hoje.
Ambos também tiveram uma discussão sobre a estabilidade do sistema bancário grego, e Tsipras comunicou ao presidente do BCE as novas propostas que seu governo apresentou aos credores na manhã desta segunda com o objetivo de conseguir um acordo.
Tsipras explicou a proposta para que o BCE eleve o teto para a emissão das letras do tesouro grego, assim como que o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) assuma os bônus gregos atualmente em poder do BCE, que no total chegam a 27 bilhões de euros, dos quais 6,7 bilhões vencem nos próximos dois meses.
Desta maneira, Atenas poderia renegociar com o MEE os termos de devolução e evitaria o colapso financeiro que representaria ter de devolver em julho e agosto semelhante soma ao BCE.
As fontes governamentais destacaram que a nova proposta grega, que segundo elas representa uma “base sólida para as discussões”, aceita as metas de superávit primário apresentadas pelos parceiros de União Europeia: 1% para este ano, 2% em 2016, 3% em 2017 e 3,5% em 2018.
Além disso, a nova posição da Grécia exige uma redistribuição fiscal, que inclui o fim da isenção do IVA (imposto sobre valor agregado) nas ilhas, o que significa aumentá-lo em 13%, assim como mudanças no sistema de previdência, segundo as fontes.
A Grécia só terá acesso aos 7,2 bilhões de euros pendentes do pacote de resgate se obtiver um acordo antes de 30 de junho, data na qual o país também tem que quitar uma dívida de 1,6 bilhão de euros com outro credor, o Fundo Monetário Internacional. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.