Berlim pressiona Moscou para que exija a libertação de observadores

  • Por Agencia EFE
  • 28/04/2014 11h59

Berlim, 28 abr (EFE).- O governo da Alemanha pediu nesta segunda-feira a Moscou para exercer sua influência sobre as milícias separatistas pró-Rússia na Ucrânia para que sejam libertados “imediata e incondicionalmente e sem danos” os observadores da OSCE “detidos ilegalmente e sem motivo” no leste do país.

“O governo federal condena categoricamente a tomada de reféns”, manifestou em entrevista coletiva o porta-voz da Chancelaria, Steffen Seibert, que ratificou a disposição de Berlim a adotar novas sanções contra a Rússia diante do recrudescimento do conflito ucraniano e após comprovar que nenhum dos acordos de Genebra foi cumprido.

Segundo explicou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Martin Schäfer, o titular de seu departamento, Frank-Walter Steinmeier, falou no sábado com o chanceler russo, Sergei Lavrov, e voltou a ter uma conversa de mais de uma hora com ele nesta manhã.

Steinmeier lhe pediu para condenar às claras a detenção dos observadores internacionais, entre os quais há quatro cidadãos alemães, e para dar os passos que estiverem em sua mão para que as milícias que os têm detidos os libertem imediatamente.

Os porta-vozes do governo alemão se esforçaram hoje também em esclarecer as circunstâncias nas quais a missão de inspetores internacionais estava na Ucrânia, depois que a OSCE afirmou que os detidos não são observadores seus, mas formam partem de uma missão criada sob amparo de um documento deste organismo, o “documento de Viena”.

Segundo explicaram, o documento, assinado por todos os membros da OSCE e em vigor desde 2011, tem como objetivo contar com informação fidedigna e transparente sobre o que acontece em regiões em conflito.

Desde o início de março houve quatro missões do tipo da Ucrânia e essa, especificamente, era a primeira que a Alemanha dirigia, que apresentava à equipe três militares e um tradutor.

O grupo viajou para a Ucrânia a convite do governo de Kiev e, como costuma ser feito nestes casos, todos os membros da OSCE foram informados da missão, acrescentaram os porta-vozes, que rejeitaram plenamente as acusações de espionagem feitas pelos separatistas pró-Rússia.

O porta-voz do governo lembrou que a chanceler, Angela Merkel, descartou uma intervenção militar na Ucrânia, mas reiterou a disposição do Executivo a aprovar novas sanções à Rússia, assunto que hoje os embaixadores dos países-membros na UE debatem em Bruxelas. EFE

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