Berlusconi não sabia que Ruby era menor, segundo o Supremo

  • Por EFE
  • 28/05/2015 12h08
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EFE/Guido Montani Silvio Berlusconi Na Itália

O ex-primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, não sabia que a jovem marroquina Karima El Marough, conhecida como Ruby, era menor de idade quando mantiveram relações sexuais, segundo as motivações de sua absolvição no Supremo.

Em 10 de março, a Corte Suprema confirmou a absolvição em apelação de Berlusconi pelo conhecido como “Caso Ruby”, processo no qual chegou a ser condenado em primeira instância a sete anos de prisão e inabilitação perpétua para cargo público pelos delitos de prostituição de menores e abuso de poder.

Em relação com a primeira acusação, a Corte afirma em suas motivações, divulgadas pelos meios de comunicação, que são “confiáveis” os “elementos probatórios” que excluem um conhecimento por parte do magnata da idade de Ruby, com quem chegou a manter relações sexuais quando esta tinha 17 anos.

Os magistrados assinalaram que “o aspecto físico da moça marroquina e seu modo de se comportar não refletiam sua verdadeira idade”.

Além disso, afirmaram que “Ruby tinha o costume de proporcionar falsos dados” e de “variar sua idade entre os 19 e os 27 anos”.

Os juízes apontaram que a marroquina, frequente nas festas do político e empresário, tinha confessado a seus amigos que “sempre tinha omitido” sua idade de Berlusconi.

O segundo crime, o de abuso de poder, ocorreu em 27 de maio de 2010, quando o então presidente Berlusconi pediu em uma delegacia de Milão a libertação da jovem, que tinha sido detida por um furto.

Para isso, o político argumentou que tratava-se de uma sobrinha do então presidente egípcio Hosni Mubarak.

Os juízes explicaram que a atuação de Berlusconi não revela abuso de poder algum porque, para isso, “é necessário demonstrar que abusou de sua posição e de seus poderes, exteriorizando um comportamento para intimidar” psiquicamente o oficial da delegacia.

O funcionário que recebeu a chamada, Pietro Ostuni, disse durante o julgamento que o líder conservador “se limitou a indicar o caso” de Ruby e disse que disporia de “uma pessoa que cuidaria da moça detida”, a política e antiga “bellina” Nicole Minetti.

A declaração de Ostuni é um dos argumentos recolhidos nas motivações da sentença absolutória.

A absolvição de Berlusconi chegou quatro anos depois da explosão deste escândalo.

Em junho de 2013, Berlusconi foi condenado em primeiro instância pelo Tribunal de Milão a 7 anos de reclusão e à inabilitação perpétua para o exercício de um cargo público.

Foi em julho do ano seguinte quando o Tribunal de Apelação absolveu o político, uma sentença recorrida pela Promotoria, que acabou revalidando sua absolvição definitiva.

Assim, Berlusconi recebeu um respaldo por parte da Justiça italiana já que pouco tempo antes tinha finalizado seu período de trabalhos sociais em um asilo milanês devido à condenação a quatro anos de prisão (rebaixados a um) por fraude fiscal no “Caso Mediaset”.

Uma pena que lhe valeu a expulsão do Senado com base na conhecida como “Lei Severino”, criada no governo de Mario Monti e que estabelece a expulsão do parlamento dos condenados a penas superiores a dois anos de prisão.

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