BID alerta de crescente pressão orçamentária na A.Latina devido a doenças

  • Por Agencia EFE
  • 29/05/2014 15h36

Washington, 29 mai (EFE).- O envelhecimento da população e uma maior urbanização na América Latina, com o conseguinte aumento das doenças crônicas, provocará que a demanda por serviços de saúde exceda a capacidade financeira da região, advertiu nesta quinta o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O estudo, que compara os planos de benefícios em saúde de vários países da região, ressalta a baixa despesa pública em saúde na América Latina, que passou de 3,4% para 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB) total nos últimos 15 anos.

Trata-se da metade do gasto público médio em saúde como porcentagem do PIB dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE), que é de 7,9%.

“O gasto público em saúde per capita é na América Latina 8 vezes menor que nos países desenvolvidos”, disse Fernando Regalia, chefe da Divisão de Proteção Social e Saúde do BID, em entrevista coletiva.

Fernando assinalou que, além disso, o contexto econômico da década passada foi propício e que agora se prevê que a pressão sobre as contas públicas seja maior, já que os recursos para a saúde não cresceram à par da demanda na América Latina.

As novas tendências em doenças na região apontam para uma alta das de tipo crônico, como diabetes e câncer, fruto em grande parte do maior envelhecimento e da maior urbanização, e muitas delas relacionadas com a crescente obesidade.

Fernando afirmou que “com exceção do Haiti, a maioria das mulheres latino-americanas estão com sobrepeso”.

Em 2025, 50% dos homens e 60% das mulheres serão obesas na América Latina, um dos principais fatores de risco para este tipo de doenças.

Por países, a porcentagem de despesa individual por parte dos cidadãos dedicado à saúde em 2012 foi de 63,7% na Venezuela, 53,3% na Guatemala, 51,4% no Equador e 44,1% no México.

Frente a isto, aqueles que tiveram que tirar menos de seu bolso corresponderam à Colômbia, com 14,8%; Uruguai com 16,5% e Argentina com 20,1%.

A despesa per capita dos latino-americanos em saúde é de 32,7% de sua renda, enquanto nos países da OCDE é de 13,2%.

O objetivo para o futuro passa, além disso, por aumentar os recursos em prevenção e atendimento primário, antes de chegar ao especialista, insistiu Úrsula Giedion, autora do estudo.

Além disso, o relatório destacou que o aumento das mortes por doenças crônicas, que representaram em 2010 68% do total, tem grandes consequências econômicas e sobre a produtividade laboral. EFE

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