Bill Clinton defende doações de governos estrangeiros a sua fundação
Miami, 8 mar (EFE).- Bill Clinton saiu em defesa de sua fundação por receber doações de governos estrangeiros após receber críticas por possíveis conflitos de interesse pela recepção de donativos no período em que sua esposa, Hillary Clinton, provável candidata presidencial nos Estados Unidos em 2016, foi secretária de Estado.
“Acho que fizemos muito mais bem do que prejuízo e acho que isso é uma coisa boa”, declarou o ex-presidente americano perante os presentes a um fórum universitário realizado em Miami pela organização filantrópica Clinton Global Initiative, informou neste domingo o jornal “Miami Herald”.
No fórum, realizado na noite de sábado na Universidade de Miami, Clinton reagiu às críticas pelo fato de sua fundação ter recebido doações de governos estrangeiros enquanto sua esposa era secretária de Estado, entre 2009 e 2013, o que levantou suspeitas por um possível conflito de interesse.
Bill Clinton instou os cidadãos a fazer seus “próprios julgamentos” a respeito, ao reconhecer que algumas daquelas doações vieram de países do Oriente Médio, entre eles os Emirados Árabes Unidos.
“Estamos de acordo com tudo o que fazem? Não. Mas estão nos ajudando a combater o Estado Islâmico”, afirmou Clinton, que reconheceu que também não aprova a política externa da Arábia Saudita, outro dos países doadores, mas ressaltou seus avanços em matéria de educação.
A Fundação Clinton arrecadou US$ 2 bilhões desde sua criação, em 2001, e algumas dessas doações foram superiores a US$ 1 milhão. Um terço deste grupo de doadores corresponde a governos, entidades ou indivíduos estrangeiros.
Em 2008, a Fundação Clinton e o governo de Barack Obama assinaram um acordo para limitar as doações de governos estrangeiros e, em virtude deste, apenas os que tinham feito alguma contribuição antes da nomeação de Hillary como secretária de Estado poderiam continuar doando e em quantidades similares. Além disso, ficava proibido buscar novos contribuintes.
No entanto, a Fundação Clinton admitiu no mês passado que uma doação da Argélia após o terremoto do Haiti em 2010 violou o acordo e sua aceitação nunca foi notificada ao Departamento de Estado.
As dúvidas sobre possíveis conflitos de interesse preocupam os democratas poucos meses antes que Hillary oficialize sua candidatura à presidência dos Estados Unidos.
O ex-mandatário se dirigiu ao público que participou do fórum pouco depois de sua esposa, que durante sua fala omitiu qualquer comentário sobre o tema, assim como à crise levantada nesta semana quando se revelou que, enquanto esteve à frente da diplomacia americana, enviou e-mails oficiais de sua conta particular.
Junto a sua filha, Chelsea, Hillary Clinton preferiu falar sobre a persistente desigualdade de gênero no mundo e ambas anunciaram sua participação em uma campanha programada para hoje por meio da qual tirarão sua imagem de suas contas em redes sociais para chamar a atenção para a ausência da mulher nos círculos políticos, educativos e corporativos do mundo. EFE
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