BirdLife vê UE longe de cumprir os objetivos de biodiversidade para 2020

Madri, 2 jun (EFE).- Mais da metade das aves vinculadas aos territórios agrícolas da União Europeia desapareceram desde 1980, o que constata “um fracasso substancial” nos objetivos de conservação da biodiversidade da UE, segundo um relatório da associação BirdLife Europa.

O trabalho, que avalia os cinco primeiros anos da Estratégia 2020 de Biodiversidade da União Europeia, reconhece progressos em áreas como a implementação da legislação sobre natureza e nas relacionadas com a pesca e as espécies invasoras.

No entanto, a associação denuncia que se avançou muito pouco em restauração de ecossistemas e perda de biodiversidade em escala internacional e “falhou completamente” na seção de agricultura, ao constatar o desaparecimento a ritmo alarmante dos pastos em países como Alemanha, Bulgária e Eslovênia.

Para o diretor de Políticas da BirdLife Europa, Ariel Brunner, “o chamado enfoque integral e o financiamento da conservação da biodiversidade através de outros fundos europeus não serviu para fornecer os recursos necessários para proteger o patrimônio natural”.

Brunner denuncia que a nova Política Agrária Comum (PAC) “vai acompanhar, regando com dinheiro público, as práticas mais intensivas e insustentáveis”, ao invés de enfrentar a crise ecológica na agricultura vinculando os subsídios aos produtores a suas iniciativas em favor da conservação dos recursos naturais e à biodiversidade.

Por outro lado, a responsável de Agricultura de Seo/BirdLife, Ana Carricondo, considera que “as decisões sobre as ajudas diretas foram tomadas evitando totalmente a situação da biodiversidade” e os novos Planos de Desenvimento Rural (PDR) “atribuem orçamentos mínimos às medidas para frear o declive das espécies ligadas à agricultura”.

A BirdLife Europa é uma associação que agrupa 48 organizações nacionais de conservação de aves, com sede em Bruxelas, incluída na Associação BirdLife Internacional. EFE