BNDES lança linha de crédito para inovação em tecnologia da informação
São Paulo, 18 set (EFE).- O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou nesta quinta-feira em São Paulo uma linha de crédito exclusiva para as pequenas e médias empresas brasileiras do setor de tecnologia da informação que pretendam investir em inovação.
O programa tem um volume de crédito calculado em R$ 300 milhões, com uma taxa de juros anual de 4%, para empresas de perfil “inovador”, segundo a apresentação da MPME Inovadora, como foi chamada a linha de crédito do BNDES e da Desenvolve SP, a agência estadual de fomento.
“A empresa que tem um cartão do BNDES já é classificada como inovadora”, sem burocracia para apresentar projetos que justifiquem essa categoria, explicou à Agência Efe a diretora de Inovação da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), Jamile Sabatini.
A ABES reúne mais de 80% das empresas do setor de tecnologia da informação e é responsável por apresentar a MPME Inovadora às pequenas e médias empresas.
Segundo a ABES, o setor de tecnologia da informação no Brasil é um dos maiores do mundo, com uma participação de 3% no mercado mundial e níveis de crescimento que triplicam a média internacional ao alcançar um avanço anual de 4,8%.
Pelo potencial do mercado, assinalado pela ABES, a linha de crédito poderá impulsionar um aumento do setor dentro da economia brasileira.
“Foi a partir dessas experiências que começamos a conversar com o BNDES, demonstrando que, ao colocar recursos na inovação, as empresas crescem. O retorno para a sociedade é enorme porque gera emprego, gera renda e traz desenvolvimento econômico”, destacou Sabatini.
O programa “Interesse Zero” realizado no estado de Santa Catarina, por exemplo, repassou R$ 20 milhões para 37 empresas da região por meio da FINEP.
Em Santa Catarina, contou Sabatini, algumas pequenas e médias empresas chegaram a crescer até 5.000% com esse incentivo.
Em um ano, o governo estadual recuperou o dinheiro repassado para essas pequenas e médias empresas com os próprios impostos das empresas que aumentaram consideravelmente seu faturamento, muitas delas graças às exportações.
“Em 2008 foi a época de crise e alguns empresários nos contaram que, se não fosse esse recurso, eles tinham quebrado”, declarou Sabatini, para quem com os atuais números desfavoráveis para a economia, “é importante que as empresas busquem este recurso”.
Sabatini, no entanto, admitiu que a taxa anual de 4% para a nova linha de crédito é alta e por isso advertiu que as pequenas e médias empresas devem “saber aproveitar” os recursos. EFE
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