Boko Haram mata líder tradicional sequestrado na Nigéria
Lagos, 30 mai (EFE).- A milícia radical islâmica Boko Haram matou nesta sexta-feira um dos três líderes tradicionais sequestrados na madrugada passada no Estado de Borno, no nordeste da Nigéria, informou o exército.
“Um grupo de terroristas atacou hoje os líderes tradicionais de Gwoza, Uba e Askira, que viajavam para Gombe para um funeral”, disse o porta-voz do exército, general Chris Olukolade, citado pelo jornal local “The Puch”.
Olukolade confirmou que um dos líderes foi assassinado pelos criminosos, enquanto as forças de segurança conseguiram resgatar aos outros dois.
As primeiras notícias sobre o sequestro divulgadas por veículos locais apontaram que eram dois os líderes capturados por homens armados, supostamente membros do Boko Haram.
Em Borno, feudo espiritual e de operações de Boko Haram, também fica a cidade de Chibok, onde o grupo radical sequestrou o passado 14 de abril mais de 200 adolescentes de uma escola que seguem retidas.
O sequestro desses dois líderes acontece apenas um dia depois que o presidente da Nigéria, Goodluck Jonhatan, ordenou uma ofensiva militar “em grande escala” para acabar com o grupo terrorista e libertar as menores.
Além disso, em 15 de maio o parlamento da Nigéria prorrogou a declaração de emergência decretada nos estados de Adamawa, Yobe e Borno, principal área de ação dessa milícia radical islâmica.
No entanto, Boko Haram, que alguns serviços de segurança já situam como o grupo terrorista mais mortal do mundo, intensificou recentemente seus ataques nas zonas rurais de Borno.
Durante os últimos dez dias, cerca de 300 pessoas morreram em vários ataques contra aldeias perpetrados pelo grupo armado nesta mesma região.
Boko Haram, cujo nome significa em línguas locais “a educação não islâmica é pecado”, luta por impor um Estado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristã no sul.
Desde que a polícia acabou em 2009 com o então líder e fundador de Boko Haram, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que provocou mais de 4 mil mortos. EFE
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