Boko Haram sequestra 20 pessoas em ônibus e mata 12 em Camarões

  • Por Agencia EFE
  • 10/02/2015 07h50

Nairóbi, 10 fev (EFE).- O grupo terrorista nigeriano Boko Haram sequestrou pelo menos 20 pessoas que viajavam em um ônibus no norte do vizinho Camarões, e assassinou pelo menos 12 dos passageiros, informou nesta terça-feira a imprensa local.

Segundo fontes de segurança citadas pelo jornal “The News Nigéria”, milicianos do grupo islamita radical sequestraram os passageiros de um ônibus que fazia a rota entre duas cidades muito próximas à fronteira nigeriana no domingo passado.

Após assassinar 12 pessoas, os terroristas libertaram os outros passageiros, segundo afirmou ao jornal um camaronês cuja mulher estava entre os reféns.

Até o início do ano, o Boko Haram tinha limitado seus atentados à Nigéria, especialmente nos estados de Borno, Adamawa e Yobe, no norte, mas desde janeiro começou uma nova campanha de ataques nos vizinhos Camarões, Chade e Níger.

A União Africana decidiu em sua última assembleia criar uma força regional de 7.500 soldados para combater o avanço do grupo jihadista, e o Chade já enviou centenas de soldados para o norte de Camarões e Nigéria.

Em resposta ao desdobramento de tropas nigerianas, camaronesas e chadianas, o líder de Boko Haram, Abubakar Shekau, publicou na segunda-feira um vídeo no YouTube apontando “a inutilidade” da força regional.

“Sua aliança não conseguirá nada. Juntem todas suas armas e nos enfrente. Damos as boas-vindas”, afirmou Shekau no vídeo.

Em árabe, Shekau desafiou os governos africanos: “Mandaram sete mil soldados? Por que não 70 milhões? Só sete mil? Por Alá que isso é pouco. Podemos enfrentar eles um por um”.

Por enquanto, as tropas chadianas retomaram do Boko Haram pelo menos a cidade nigeriana de Gamboru, onde mataram 250 supostos membros da seita radical, após dois dias de combates na fronteira entre Nigéria e Camarões.

Em represália, o Boko Haram intensificou suas incursões em Camarões, e na última delas degolou e assassinou pelo menos 100 civis na cidade de Fotokol, na fronteira com a Nigéria.

Segundo a Human Rights Watch, desde 2009 mais de sete mil civis morreram nos ataques da milícia terrorista. EFE

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