Boko Haram sequestra dezenas de mulheres no norte da Nigéria

  • Por Agencia EFE
  • 16/01/2015 15h50

Maiduguri (Nigéria), 16 jan (EFE).- Dezenas de mulheres foram sequestradas pelo grupo terrorista Boko Haram no norte da Nigéria após o ataque cometido no último dia 7 contra a cidade de Baga, no qual morreram centenas de pessoas, segundo relataram nesta sexta-feira à Agência Efe algumas mulheres que conseguiram escapar.

“Muitas mulheres, talvez dezenas, foram sequestradas pelo Boko Haram. Eu consegui escapar do ataque ao sair correndo rumo ao monte”, relatou à Agência Efe Amina, mãe de duas crianças, em sua chegada a Maiduguri, a capital do estado setentrional nigeriano de Borno.

No entanto, ainda não existe nenhuma confirmação oficial do sequestro e nem do número de mulheres que podem ter sido capturadas pelos jihadistas.

Outras mulheres que conseguiram escapar do ataque da milícia asseguraram que muitas residentes de Baga desapareceram após o ataque dos insurgentes, por isso que teme-se que foram sequestradas.

“Não sei como pude escapar. Fiquei frente a frente com as membros do Boko Haram, e vi muitas mulheres retidas, a maioria delas jovens”, contou outra residente que pediu para permanecer no anonimato.

A Anistia Internacional (AI) já alertou ontem em comunicado que vários residentes tinha assegurado que centenas de mulheres permaneciam retidas em uma escola de Baga.

“Boko Haram sequestrou cerca de 300 mulheres e nos deteve em uma escola de Baga. Libertaram as mulheres idosas, as mães e a maioria das crianças após quatro dias, mas ainda mantêm as mulheres mais jovens”, relatou a AI uma mulher que conseguiu escapar.

Os sequestros perpetrados pelo Boko Haram são frequentes no norte da Nigéria, e o mais significativos deles ocorreu há mais de nove meses, quando mais de 200 meninas foram sequestradas em uma escola de Chibok, também no estado de Borno.

Nos últimos meses, os ataques se intensificaram no norte da Nigéria, onde esteve a representante especial da ONU sobre as crianças em conflitos armados, Leila Zerrougui, que alertou sobre a necessidade “desesperada” de proteger a infância nesta zona.

“Fui testemunha da comoção e incredulidade do povo perante a devastação sofrida em suas comunidades (…). O povo pede e merece proteção urgente”, pediu hoje Zerrougui em comunicado.

O Boko Haram (que em línguas locais significa “A educação não islâmica é pecado”), luta por instaurar um estado islâmico na Nigéria e mantém uma sanguinária campanha no país, onde morreram mais de três mil pessoas neste ano, segundo dados do governo nigeriano. EFE

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