Boko Haram sequestra mulher do vice-primeiro-ministro de Camarões

Yaoundé, 27 jul (EFE).- O grupo radical islâmico Boko Haram sequestrou neste domingo a mulher do vice-primeiro-ministro de Camarões em um ataque cometido na cidade de Kolofato, no norte do país, no qual também morreram pelo menos três pessoas, informou à Agência Efe uma fonte do governo.

“Cerca de 200 pessoas atacaram a residência do vice-primeiro-ministro, Ahmadou Ali, na madrugada de hoje. Os seguranças conseguiram tirar o vice-primeiro-ministro de sua casa, mas os criminosos infelizmente levaram sua mulher”, afirmou o ministro das Comunicações de Camarões, Issa Chiroma Bakary, em entrevista à Agência Efe.

Os rebeldes também atacaram a casa de Seini Boukar, líder tradicional Kolofata, e o sequestraram.

“No ataque morreram pelo menos três pessoas”, contou o ministro camaronês, explicando que um dos mortos é o motorista do vice-primeiro-ministro, e o outro, um de seus guarda-costas.

O vice-primeiro-ministro, Ahmadou Ali, é conhecido por ser um dos principais negociadores nos sequestros que os terroristas cometem em Camarões.

Nos últimos meses, a seita islamita intensificou seus ataques e sequestros na região norte do país, onde fica Kolofata, uma cidade próxima à fronteira com a Nigéria.

Nesta mesma região foram sequestrados três religiosos estrangeiros – dois italianos e um canadense – supostamente pelo Boko Haram, que os liberou no dia 1º de junho.

Segundo o governo camaronês, desde fevereiro o Boko Haram recrutou cerca de 200 jovens – de 15 a 19 anos – em Kolofata. Por isso, Camarões colocou tropas de prontidão em suas fronteiras, unindo-se assim aos esforços internacionais para lutar contra a milícia, que ainda mantém em seu poder mais de 200 meninas nigerianas há mais de três meses.

Os confrontos entre os terroristas e os soldados camaroneses são constantes, e nesta mesma semana pelo menos dez soldados morreram em um ataque atribuído ao Boko Haram na cidade de Bagaran, perto da fronteira com o Chade, segundo a rádio estatal “CRTV”.

Além disso, o governo anunciou ontem que 14 membros do Boko Haram foram condenados por um tribunal militar camaronês a penas de 10 a 20 anos de prisão. EFE