Bolívia acusa EUA de ter sistema de escutas telefônicas no país

  • Por Agencia EFE
  • 19/02/2014 19h42
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La Paz, 19 fev (EFE).- O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, afirmou nesta quarta-feira que o governo de seu país não possui sistema de escutas telefônicas, e que os únicos que o possuem na Bolívia são os americanos.

“O governo não conta, nem vai contar com sistemas de escutas de chamadas. Só os norte-americanos que têm isso, inclusive aqui na Bolívia”, disse em entrevista coletiva.

García Linera deu essa resposta ao ser perguntado por jornalistas sobre uma polêmica entre dois juízes do Tribunal Constitucional sobre as supostas escutas telefônicas que existiriam no país.

O presidente do Tribunal Constitucional, Ruddy Flores, denunciou nesta semana que suas chamadas telefônicas eram “gravadas, fiscalizadas e supervisadas” por algum “sistema de inteligência”. Porém, posteriormente, ele disse que suas palavras foram mal interpretadas e retiradas de contexto.

Os comentários surgiram de uma controvérsia com um juiz indígena do Constitucional, Gualberto Cusi, que sugeriu revisar as ligações recebidas Flores. Ele afirma que o presidente do tribunal recebe ordens do Executivo para orientar as decisões judiciais constitucionais.

Nas últimas horas, as declarações de Flores fizeram com que a oposição pedisse ao Ministério de Governo um relatório sobre as supostas escutas. O Ministério da Justiça solicitou a Flores que, se tiver provas, apresente as denúncias correspondentes perante as autoridades.

“O famoso escândalo ex-analista de inteligência da CIA Edward Snowden é justamente a informação que os telefones do senhor, do cidadão que me vê, do presidente, do vice-presidente estão controlados pelo governo americano”, sustentou García Linera.

O vice-presidente disse que os dois juízes devem se dedicar ao trabalho deles para reduzir os atrasos da Justiça, porque essa é a função de ambos.

Nos últimos meses o sistema judiciário da Bolívia foi criticado e questionado por diversos setores, incluído o próprio governo, cujo vice-presidente insistiu hoje que espera uma “revolução moral” em todos os servidores da Justiça. EFE

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