Bolívia direciona projeto nuclear para saúde, energia e indústria
La Paz, 18 fev (EFE).- O projeto nuclear preparado pela Bolívia será integral e abrangerá os setores de saúde, energia, indústria e a administração do ciclo do combustível para explorar o potencial radioativo do urânio e do tório, segundo informou o governo nesta quarta-feira.
O ministro dos Hidrocarbonetos e Energia da Bolívia, Luis Alberto Sánchez, detalhou as áreas de trabalho em comunicado, no qual também informou que o desenvolvimento nuclear do país proporcionará mais segurança, diversidade e independência energética.
O governo do presidente Evo Morales orçou neste ano um investimento de US$ 1,7 milhão para organizar a institucionalização do programa nuclear, com base na capacitação de profissionais bolivianos para ter uma “soberania científica”.
Sánchez disse que para a área de saúde será projetado um programa de serviços em diagnóstico e tratamento de câncer e doenças neurológicas e cardíacas, para o qual será construído um ciclotron que produza radioisótopos para os procedimentos médicos.
Na agroindústria, o programa nuclear contribuirá para a segurança alimentar e o aumento da produtividade com a radiação gama com Cobalto-60 (Co-60) para eliminar “bactérias dos alimentos freando sua decomposição” em mudanças de longas distâncias e para melhorar a qualidade das sementes.
O uso de energia nuclear proporcionará a diversificação da matriz energética do país e a administração do ciclo do combustível “permitirá explorar o potencial de minerais radioativos”, como o urânio e o tório, segundo o ministro boliviano.
Além disso, o programa prevê a construção de um reator de pesquisa para o treinamento dos profissionais bolivianos que se encarregarão do projeto.
O governo boliviano firmou convênios de assessoria para o início do plano com o Comissariado de Energia Atômica e Energia Alternativa (CEA) da França e se reuniu com funcionários russos e executivos da empresa estatal russa Rosatom.
Uma missão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) visitou a Bolívia em novembro de 2014 para anunciar que apoiará as decisões tomadas pelo país no projeto de produção de energia nuclear com fins pacíficos. EFE
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