Bomba mata 2 pessoas em tentativa de ataque a vacinador no Paquistão

Islamabad, 8 out (EFE).- Duas pessoas morreram nesta quarta-feira devido à explosão de uma bomba caseira colocada em frente à casa de um trabalhador da campanha de vacinação contra a poliomielite, que ficou ferido, nas áreas tribais no noroeste do Paquistão, informaram fontes oficiais.

A detonação aconteceu na área de Alingar e provocou a morte de um irmão e um primo do funcionário das equipes sanitárias contra a pólio, disseram fontes oficiais sem identificar nomes ao jornal local “Dawn”. Elas afirmam que a condição do ferido é grave, por isso foi transportado a um hospital local.

Os ataques armados contra vacinadores e seus seguranças a cargo de grupos fundamentalistas são comuns em todo o país e representam o principal obstáculo para a luta contra a pólio no Paquistão. Neste ano já morreram cerca de 20 pessoas. Em 2013, 30 perderam a vida enquanto trabalhavam para a erradicação da doença.

Perante a situação, as equipes sanitárias pediram um aumento da segurança nos mais de cem postos médicos que permanecem instalados em diferentes pontos de passagem da cidade de Karachi, no sul.

Embora os talibãs não costumem reivindicar ações desse tipo, grupos similares e com base no cinto tribal fronteiriço com o Afeganistão começaram a cometer ataques armados contra os trabalhadores sanitários em 2012.

Entre outros argumentos, os fundamentalistas alegam que a campanha contra a pólio faz parte de um complô ocidental para esterilizar os muçulmanos e que os vacinadores trabalham como espiões para a CIA.

O Paquistão registrou neste ano o maior número de casos da doença em 14 anos, com 202 infecções até o momento, e é um dos três países do mundo onde a pólio é endêmica, junto à Nigéria e Afeganistão. EFE