Bombardeios sauditas são principal causa de vítimas civis no Iêmen

  • Por Agencia EFE
  • 07/07/2015 13h24

Genebra, 7 jul (EFE).- Os bombardeios que a coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita realizam no Iêmen contra as milícias do grupo xiita dos houthis são a principal causa das mortes de civis neste país, informou o chefe da delegação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Antoine Grand, nesta terça-feira.

Desde que a crise se agravou no Iêmen com os ataques aéreos, que começaram em 27 de março, foram registradas 3 mil mortes, entre civis e combatentes. A Organização das Nações Unidas (ONU) cifrou em 1.528 os civis mortos e em 3.605 os feridos desde então.

“Os bombardeios aéreos impactam de maneira direta nos civis, como efeitos colaterais, ou de forma indireta. Os bombardeios não são restritos a certos lugares e a isso se soma o embargo (à importação de produtos) imposto pela coalizão. Além disso, há os embargos locais, em áreas afetadas pelos enfrentamentos e onde é difícil fazer entrar produtos básicos, seja com fins humanitários ou comerciais, devido às restrições de movimento”, explicou Grand, em teleconferência feita da capital iemenita, Sana.

O Escritório de Direitos Humanos da ONU atualizou hoje os dados sobre a situação no Iêmen e disse que sua equipe continuou documentando violações graves aos direitos humanos, como assassinatos, sequestros e ataques contra voluntários, médicos e jornalistas nas últimas semanas.

Entre os fatos mais grave está a execução de seis pessoas consideradas leais aos houthis, que pegaram em armas em fevereiro e forçaram o presidente do Iêmen, Abdo Rabbo Mansour Hadi, a exilar-se na Arabia Saudita. Segundo a ONU, os responsáveis pelas execuções foram comitês de resistência popular leais a Hadi.

A entidade também acusou os houthis de cometerem abusos, como bloquear a entrada de ajuda humanitária às cidades de Áden, Rub al Khali, Taizz e Lahj, áreas onde estão as forças favoráveis a Hadi. Lá, os Comitês Populares que respaldam os houthis e as facções das forças militares que apoiam o ex-presidente Ali Abdullah Saleh – antecessor de Hadi e seu rival – criaram postos de controle para a entrada e saída de mercadorias. EFE

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