Bombeiros admitem que controle de incêndio em Santos pode demorar vários dias

  • Por Agencia EFE
  • 02/04/2015 22h54

Cleyton Vilarino.

Santos (Brasil), 2 abr (EFE).- O controle total de um incêndio de grandes proporções registrado em um depósito que armazenava três milhões de litros de diesel no porto de Santos, o maior do Brasil, pode demorar vários dias, segundo informaram nesta sexta-feira os organismos de socorro.

O capitão Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Santos, declarou em entrevista coletiva que as operações de esfriamento continuarão durante toda a noite e evitou falar sobre a previsão exata para o controle total do incêndio, embora especialistas tenham assinalado que isso pode demorar até quatro dias.

“Os trabalhos continuarão. Não temos previsão, mas pode ser um assunto de dias”, assinalou Palumbo, explicando que o trabalho antecipado por cerca de cem bombeiros é esfriar os outros tanques próximos, porque as altas temperaturas, “de até 800 graus (centígrados), evaporam a água usada para apagar o fogo”.

Palumbo confirmou que “felizmente” ninguém ficou ferido, apesar da magnitude do incêndio, que inclusive quase 12 horas depois de seu início – que começou às 10h – continuava registrando explosões por causa do constante derramamento de combustível.

O capitão dos Bombeiros disse que outros quatro tanques de combustíveis foram afetados pelo incêndio e essa situação obrigou os profissionais a se retirar e mudar de rota para prosseguir com a estratégia de esfriamento dos outros 40 depósitos vizinhos, em sua maioria de combustíveis e produtos químicos.

Segundo pessoas que trabalham no local, se especula que na empresa estavam trabalhando com uma lixadeira e uma faísca provavelmente atingiu uma lona e esse foi o início do foco do incêndio.

Algumas barraquinhas de comida perto do complexo que armazena combustíveis, como etanol e diesel, e produtos químicos foram desmontadas por causa das constantes explosões.

O motorista de uma transportadora de etanol, Dilael dos Santos, disse à Agência Efe que quando começaram as primeiras chamas, as pessoas gritaram “incêndio, incêndio, e todos os que estavam no lugar conseguiram sair muito rápido”.

“Conseguimos virar os caminhões para sair na área de evacuação e já escutamos a primeira explosão. Depois andamos um pouco mais e houve a segunda explosão. E aí deu esse resultado que estamos vendo aqui”, relatou o caminhoneiro.

Um vigilante que estava a 500 metros do foco do incêndio contou que foram sete as explosões.

O também caminhoneiro Ademir Ortênio, transportador de produtos químicos, comentou que no lugar há outros tanques que armazenam, cada um, até um milhão de litros de combustíveis.

De acordo com a Prefeitura de Santos, uma mulher foi atendida após sofrer um ataque de nervos, enquanto outra recebeu assistência médica ao inalar fumaça, embora ambas estão fora de perigo e não correm riscos.

Foram deslocados 87 bombeiros especializados do estado de São Paulo, 39 patrulhas e a embarcação “Governador Fleury”, que combatia as chamas com água retirada do canal do porto de Santos.

Os tanques danificados pertencem à Ultracargo, do Grupo Ultra, a maior empresa do Brasil dedicada ao armazenamento de líquidos, especialmente químicos, petroquímicos e combustíveis.

Em comunicado, a empresa ressaltou que “ainda é prematura qualquer afirmação sobre as causas”.

O enorme incêndio obrigou o fechamento de um trecho da rodovia Anchieta, uma das principais vias para se chegar ao litoral paulista, perante o risco de novas explosões.

Este fato provocou um grande engarrafamento na entrada de Santos, que poderia se complicar mais nas próximas horas devido a que hoje é véspera do feriado da Sexta-Feira Santa e por se tratar de uma cidade muito procurada por seu litoral. EFE

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