Bósnia ainda procura 8.500 desaparecidos da guerra encerrada há duas décadas

  • Por Agencia EFE
  • 04/12/2014 15h50

Sarajevo, 4 dez (EFE).- Quase 20 anos depois do fim da guerra Bósnia-Herzegovina (1992-1995), 8.500 pessoas continuam desaparecidas, denunciou em Sarajevo nesta quinta-feira a Comissão Internacional para Pessoas Desaparecidas (ICMP).

“Foi possível um avanço, mas é importante não parar de buscar os mais de oito mil desaparecidos para dar paz aos seus familiares, para que possam enterrar com dignidade a que perderam”, advertiu Kathryne Bomberger, diretora da ICMP, na apresentação do relatório.

Desapareceram no conflito bósnio 31.500 pessoas, 87% homens, das quais 23 mil foram achadas e identificadas, uma proporção maior que de qualquer outro conflito bélico no mundo, segundo dados da ICMP.

A maioria das vítimas foram identificadas por análise de DNA.

No entanto, estima-se que oito mil casos identificados antes da introdução desse método deverão ser revisados devido às dúvidas sobre a identificação.

Na apresentação do relatório, intitulado “Pessoas desaparecidas durante os conflitos da década de 1990: Revisão da situação”, Bomberger recomendou que a Bósnia-Herzegovina reforce as instituições encarregadas da busca de desaparecidos e apoie mais suas famílias.

O promotor bósnio para crimes de guerra, Goran Salihovic, declarou hoje que a procuradoria intensificou seu trabalho e que, das 264 acusações apresentadas nos últimos 11 anos, cem correspondem apenas aos dois últimos anos.

Estas acusações abrangem 700 casos e 5.200 pessoas, disse Salihovic, que defendeu mais cooperação regional nos Bálcãs para acelerar o processo de busca de desaparecidos e de julgamentos por crimes de guerra. EFE

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