Braço armado do Hamas ameaça Israel com mais violência se houver operação
Gaza, 3 jul (EFE).- As “Brigadas de Ezedin al-Qassam”, braço armado do movimento islamita Hamas, fizeram uma ameaça nesta quinta-feira de uma escalada bélica na zona caso Israel decida lançar uma operação militar em grande escala em resposta ao disparo de foguetes desde Gaza.
“Dizemos à ocupação (Israel) que qualquer passo estúpido cometido por vossos líderes (fará com que) vossas cidades sejam alvo para nós”, advertiu um encapuzado e porta-voz do grupo, rodeado de outros membros com o rosto coberto, em entrevista coletiva realizada na Faixa.
“Não só vossas cidades, mas também novos alvos. Nossa batalha com a ocupação está aberta e não está submissa a tempo ou a mudanças no terreno”, acrescentou o porta-voz, antes de proclamar que o “Hamas é um Exército que é duro de romper”.
Gaza foi palco nas últimas semanas da tensão crescente entre Israel e várias milícias armadas, que dispararam mais de 80 foguetes e bombas, 20 dos quais foram lançados hoje.
Em resposta, a aviação militar israelense bombardeou em dezenas de ocasiões várias posições na Faixa, entre elas plataformas de lançamento de foguetes e centros de treinamento de facções armadas, principalmente do Hamas e a Jihad Islâmica.
Nos ataques morreram três milicianos e uma criança de sete anos, enquanto mais de 25 pessoas, na grande maioria civis, foram feridas.
A escalada de violência se iniciou em meados de junho, em coincidência com o desaparecimento na Cisjordânia de três jovens israelenses -dois deles menores- cujos corpos, baleados, foram achados na segunda-feira passada perto da cidade palestina de Hebron.
O Executivo israelense responsabiliza o Hamas pelo assassinato, apesar do movimento insistir em não ter informações a respeito.
A tensão piorou ontem, horas depois que o corpo de um palestino de 16 anos, queimado e com sinais de violência, foi encontrado em uma floresta de Jerusalém, após ter sido sequestrado na noite anterior em Jerusalém Oriental.
Suspeita-se de que pode se tratar de uma ação de vingança de radicais judeus.
Com relação a isso, o braço armado do Hamas assegurou hoje que “o inimigo sionista tem um negro histórico de assassinatos de crianças palestinas”. E voltou a insistir que uma eventual ofensiva em grande escala em Gaza ou “qualquer ação estúpida servirá de desculpa justa para transformar o território (israelense) em uma bola de fogo vermelha que será difícil de extinguir”.
“Vocês se arrependerão de seus ataques contra nosso povo na Cisjordânia e nunca deixaremos que ninguém nos peça para manter a calma”, disse o membro do Hamas, que ameaçou que “as guerras travadas no passado serão uma excursão em comparação com a qual se aproxima”.
Em 2012, o Egito intermediou em um cessar-fogo alcançado entre Hamas e Israel que pôs fim a uma operação militar israelense em grande escala em Gaza, que se prolongou por oito dias e deixou 180 palestinos mortos -em bombardeios aéreos, principalmente- e seis israelenses pelo disparo de foguetes.
O porta-voz do Hamas assegurou que Israel não está interessada na calma ou em manter o cessar-fogo.
“A resistência palestina responderá de acordo com a situação no terreno e em consonância com os interesses de nosso povo”, comentou. EFE
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