Brahimi: “não fizemos nenhum progresso” nas negociações sírias de paz

  • Por Agencia EFE
  • 31/01/2014 13h48
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Genebra, 31 jan (EFE).- O mediador no processo de paz para a Síria reconheceu nesta sexta-feira que não houve nenhum progresso nos oito dias de negociações entre o governo sírio e a oposição, mas disse que embora tenha sido um “início muito modesto” é possível “construir” um diálogo sobre “esta base”.

Ao apresentar um balanço da primeira rodada de negociações, que terminou hoje em Genebra (Suíça), Brahimi disse que o grande passo dado foi que ambas as partes “se acostumaram a sentar na mesma sala, a apresentar suas posições e a escutar uma a outra”.

“Inclusive houve momentos nos quais aceitaram as preocupações e os pontos de vista da outra parte. Mas o progresso é muito lento”, disse.

Brahimi ressaltou que esta foi a primeira vez que as partes se encontraram em três anos de conflito “para discutir sobre a guerra e tentar encontrar uma solução política para salvar seu país”.

O mediador fez hoje um esforço para amenizar as declarações negativas do governo e da oposição sobre o andamento do processo, que segundo ele apenas reforça as diferenças.

“Deles vai ser ouvido coisas completamente diferentes do que eu vou contar. Cada um vai contar sua interpretação do que se passou nesta semana e eu lhes apresento a minha”, explicou em entrevista coletiva.

Em seu balanço do que ocorreu dentro da sala de negociações, o mediador destacou que ambas as partes reconheceram que para pôr fim de forma permanente ao conflito é necessário formar um órgão de governo transitório, iniciar um diálogo nacional e realizar uma reforma constitucional e eleições.

“Ambos estão dispostos a implementar o Comunicado de Genebra para resolver a crise”, disse em referência ao roteiro para pôr fim à guerra civil na Síria e encaminhar o país rumo a uma transição política.

Brahimi disse ainda que as duas partes concordam que o futuro da Síria só deve ser decidido por seu próprio povo, sem interferências exteriores, diretas ou indiretas, que a soberania e a unidade do país devem ser respeitadas e que “uma perda de território nunca será aceita”.

Além disso, acreditam que a violência deve parar porque “o sofrimento que se está impondo sobre o povo sírio é imenso e inaceitável”.

No entanto, após enumerar as posições comuns, o mediador frisou que “as diferenças seguem sendo amplas”. EFE

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