Brahimi propõe debater violência e transição na Síria em paralelo
Genebra, 11 fev (EFE).- O mediador no processo de paz para Síria, Lakhdar Brahimi, disse nesta terça-feira que propôs às delegações do governo e da oposição síria discutir em paralelo os assuntos que cada uma delas considera prioritário.
Para a equipe negociadora do governo, a principal prioridade é deter a violência na Síria, enquanto a oposição defende que as negociações essenciais devem começar pela formação de um órgão de governo transitório.
“Os dois temas são importantes e podemos abordá-los em paralelo”, declarou Brahimi à imprensa no segundo dia de rodadas de negociações diplomáticas para pôr fim ao conflito iniciado há quase três anos.
Brahimi explicou que um documento enviado às duas partes antes que estas seguissem a Genebra para estas conversas levava em consideração o profundo desacordo sobre a ordem em que as questões que lhes preocupam deveriam ser tratadas.
“O fim do combate e do terrorismo é algo que todos os sírios querem que cheguem ao fim. E como isto pode terminar se não houver um acordo sobre os passos a serem dados em direção ao futuro do país”, indagou o mediador.
Em seu comparecimento à imprensa nesta terça, Brahimi confirmou que não houve progressos nas negociações, embora tenha assegurado que tem “toneladas de paciência” para fazê-las avançar.
“Não fizemos progressos, mas farei o possível para que o processo decole. Mas, para isso, necessito da cooperação das partes envolvidas aqui e do apoio do exterior”, completou.
Em relação ao respaldo externo mencionado, Brahimi se referia a um envolvimento mais decidido dos Estados Unidos e da Rússia no processo de paz, tendo em vista que diplomatas de ambos os países também se reunirão com o mediador nesta sexta-feira.
Sobre o encontro da próxima sexta-feira com os enviados dos EUA e Rússia e o fato de não ter consultado nenhum dos dois lados envolvidos, Brahimi disse que se trata”de uma reunião consultiva e de rotina”.
O mediador também falou sobre a necessidade ou não de impor uma agenda às partes e disse: “não tenho certeza que posso fazê-lo porque eles não querem. O que posso fazer: colocar uma pistola contra suas cabeças?”, argumentou o mediador, que ressaltou que, na próxima semana, seguirá a Nova York para informar sobre o desenvolvimento deste processo ao Conselho de Segurança e ao secretário-geral da ONU. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.