Brasil confirma que ex-promotor boliviano está no país e pediu asilo

  • Por Agencia EFE
  • 12/03/2014 14h23
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La Paz, 12 mar (EFE).- O ex-promotor boliviano Marcelo Soza, que foi o responsável pela investigação sobre um suposto plano para assinar o presidente Evo Morales na cidade de Santa Cruz de la Sierra, encontra-se no Brasil e solicitou refúgio para o governo federal, informou nesta quarta-feira a embaixada brasileira em La Paz.

Por meio de um breve comunicado, a representação diplomática afirmou que Soza ingressou ontem “com um pedido de refúgio” na Polícia Federal.

“O pedido será avaliado pela Comissão Nacional de Refugiados (Conare)”, acrescentou a nota.

Segundo fontes oficiais disseram à Agência Efe em Brasília, Soza contratou os serviços do advogado Fernando Tiburcio, o mesmo que defende o senador opositor boliviano Roger Pinto, que está no Brasil com status temporário de refugiado, válido até que se resolva sua situação na Bolívia.

Marcelo Soza era o responsável até março do ano passado, quando renunciou ao seu cargo, pela investigação sobre um suposto complô contra o presidente da Bolívia, Evo Morales, ocorrido em abril de 2009 na cidade de Santa Cruz de la Sierra.

O caso veio à tona em 16 de abril de 2009, quando a polícia realizou uma operação em um hotel da cidade que terminou com três estrangeiros mortos e dois detidos, acusados de fazerem parte de uma célula terrorista que por motivos separatistas queria matar Morales.

Morreram na operação o croata-húngaro-boliviano Eduardo Rozsa, o romeno Magyarosi Arpak e o irlandês Dwayer Michael Martin, enquanto foram detidos o húngaro Elöd Tóásó e o croata-boliviano Mario Tadic, atualmente na prisão.

Soza renunciou em março de 2103, depois que a oposição tornou pública gravações na qual o promotor supostamente fazia revelações sobre corrupção no sistema judiciário boliviano e apareceu em fotos com advogados que foram presos por pertencer a uma rede de extorsão.

Alguns dos acusados por Soza no caso do suposto complô contra Morales o acusaram de extorsão. Além disso, a Procuradoria Geral iniciou um processo por descumprimento de deveres pois a investigação, que começou a mais de quatro anos, não avançou satisfatoriamente.

A aparição do ex-promotor ocorre seis meses depois do senador opositor boliviano Roger Pinto escapar da Bolívia e chegar no Brasil após ter permanecido mais de um ano como asilado político na embaixada brasileira em La Paz.

O caso Roger Pinto provocou um conflito diplomático entre os dois países que resultou na renúncia do então chanceler Antonio Patriota e na exigência do governo boliviano de que o Brasil entregasse o senador, algo que até agora não ocorreu. EFE

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