Brasil cria 249 mil vagas de emprego formal em agosto e engata retomada

Este foi o melhor resultado para agosto desde 2010; no acumulado do ano, o saldo fica negativo em 849.387 postos de trabalho

  • Por Gabriel Bosa
  • 30/09/2020 14h53
Itaci Batista/Estadão Conteúdo Carteira de trabalho Pesquisa d

O mercado de trabalho brasileiro registou em agosto o segundo mês consecutivo de saldo positivo na criação de postos de trabalho formal. No último mês, foram registrados 249.388 novas vagas com carteira assinada ante desligamentos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério da Economia nesta quarta-feira, 30. O saldo é o resultado de 1.239.478 contratações diante de 990.090 demissões. Este foi o melhor resultado para agosto desde 2010, quando o saldo foi de 299.415. No acumulado do ano, o saldo é negativo em 849.387 vagas de emprego, decorrente de 9.180.697 admissões e 10.030.084 desligamentos, o pior índice desde o início da série histórica, em 1992. Em julho, o saldo encerrou com 131.010 vagas criadas a mais que fechadas, interrompendo a sequencia de quatro meses consecutivos de resultados negativos.

Os dados mostram que houve abertura de vagas em todas os cinco segmentos classificados pelo Caged. A indústria liderou as contratações, com saldo positivo em 92.893 vagas, seguida pela construção, com 50.489 postos criados ante fechados e pelo setor de comércio, com resultado positivo de 49.408 novos empregos. O segmento de serviço — o maior empregador do país —, registrou saldo positivo de 45.412 postos de trabalho, enquanto a agricultura gerou 11.213 contratações formais a mais do que demissões. As cinco regiões do país apresentaram resultados positivos, sendo o Sudeste o com melhor desempenho com saldo em 104.702. A região Nordeste vem atrás, com 62.085 postos novos a mais do que encerrados, seguida pela região Sul, com saldo de 42.664. O Norte foi responsável por 22.272 vagas criadas ante fechadas, e o Centro-Oeste encerrou agosto com 17.684 postos de trabalho.

A capacidade para criar postos de trabalho é um dos termômetros para medir o desempenho econômico do país. Em abril, no auge da crise causada pelo novo coronavírus, o Caged registrou saldo negativo de 927.598 demissões a mais que contratações. O índice foi amortizado gradualmente a partir de maio, com retração em 355.933 de postos de trabalho, seguido por junho, com saldo negativo em 19.579.

A taxa de desemprego brasileira atingiu a marca histórica de 13,8% no trimestre encerrado em julho, totalizando 13,1 milhões de pessoas sem trabalho, informou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada também nesta quarta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o maior índice desde o início da série histórica, em 2012. Segundo o levantamento, 7,2 milhões de brasileiros perderam o emprego entre maio e julho. Atualmente, a população ocupada é de 82 milhões de pessoas. O estudo mensal do IBGE também revelou que falta emprego para 32,9 milhões de brasileiros referente a alta de 14,7% da população subutilizada.

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