Brasil diz que acordo com Irã deve ser aproveitado para solução duradoura
Brasília, 2 abr (EFE).- O Brasil expressou sua satisfação com o acordo fechado nesta quinta-feira entre o Irã e as seis potências do Grupo 5+1 em Lausanne (Suíça) sobre o programa nuclear do país e disse que os atuais esforços têm que ser aproveitados para garantir uma solução duradoura.
“O Governo brasileiro tem consistentemente reiterado que não há alternativa a uma solução negociada para essa questão e que as presentes tratativas constituem oportunidade que deve ser plenamente aproveitada para se chegar a uma solução duradoura sobre a matéria”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.
O Itamaraty espera que o avanço conseguido com a definição dos parâmetros para um acordo ambicioso e de longo prazo sobre o programa nuclear iraniano possa ser premiado com um documento definitivo até o dia 30 de junho, prazo estipulado pelos próprios negociadores.
“O Brasil saúda a disposição dos Governos do Irã e dos países do Grupo 5+1, bem como da diplomacia da União Europeia, em perseverar nos esforços para alcançar um acordo satisfatório para todas as partes”, conclui o comunicado.
Em 2010, Brasil e Turquia intermediaram negociações para um acordo em torno do polêmico programa nuclear do Irã que não foram adiante pela oposição dos Estados Unidos e de outros países.
O acordo mediado por brasileiros e turcos permitia que o Irã, ao invés de enriquecer seu urânio, enviasse 1.200 quilos do mineral a outro país, que devolveria 120 quilos de urânio enriquecido a 20% e habilitado para ser usado pelo reator para pesquisas médicas de Teerã.
O pacto nuclear selado hoje, por sua vez, prevê que o programa de enriquecimento de urânio de Teerã seja limitado e supervisionado por um período de até 25 anos, e estabelece que 95% do urânio já produzido seja diluído ou enviado para o exterior.
O acordo, que estabelece “controles estritos” das atividades nucleares iranianas por parte da AIEA, prevê o levantamento das sanções nucleares impostas pelos EUA e pela União Europeia (EU) contra o Irã. EFE
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