Brasil e México avançam em acordo sobre comércio de veículos
Brasília, 20 fev (EFE).- Brasil e México afirmaram nesta sexta-feira que “avançaram” nas negociações sobre um novo acordo em relação ao comércio de automóveis que substitua o vigente, que expira em 18 de março.
Após uma reunião hoje em Brasília, os representantes de ambos os governos informaram que “as negociações avançaram e um novo encontro deverá ocorrer em 27 de fevereiro de 2015 na Cidade do México”, através de um comunicado.
Brasil e o México pretendiam anunciar um novo acordo na reunião desta sexta, mas não conseguiram resolver todas as divergências entre os fabricantes brasileiros, que querem que o atual acordo seja prorrogado nas mesmas condições, e o governo mexicano, que defende o livre-comércio, para elevar o acesso ao mercado brasileiro.
“Os governos mexicano e brasileiro reiteram o interesse na pronta conclusão das negociações para desta forma fortalecer as relações bilaterais entre as duas maiores economias da América Latina”, informou a nota conjunta.
Participaram da reunião representantes dos ministérios da Fazenda, de Relações Exteriores e de Desenvolvimento, da Indústria e de Comércio Exterior do Brasil e autoridades da Secretária de Economia mexicana e da embaixada do México no Brasil.
O atual acordo, assinado em 2012, estabelece cotas de importação de até US$ 1,6 bilhões anuais para os dois países. Os veículos comercializados até esse valor podem entrar no outro país sem o pagamento de tarifas de importação e, uma vez superado o limite, cada país pode impor até 35% de imposto.
O acordo, no entanto, limitou as vendas das montadoras mexicanas, que exportam mais de US$ 1,6 bilhões ao ano em produtos para o Brasil, por outro lado, os fabricantes brasileiros ainda não alcançaram este valor.
O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) do Brasil, Luiz Moan, defendeu que o atual acordo seja prorrogado por mais cinco anos nos mesmos termos.
Moan alega que a indústria brasileira perdeu competitividade por causa da crise que o país atravessa e precisa de um período para se recuperar.
Caso não haja um acordo até 18 de março, o livre-comércio voltará a reger a troca bilateral de automóveis.
Em 2014 o Brasil registrou déficit comercial de US$ 1,693 bilhão com o México, em uma troca bilateral de US$ 9,031 bilhões. As exportações do Brasil para o México caíram 13,2%, e as do México para o Brasil 7,4 % no último ano.
De acordo com Rosenzweig, o Brasil continua sendo o maior destino das exportações mexicanas na América Latina, com 23% de participação. EFE
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