Brasil é o terceiro país com mais mortes por afogamento, diz OMS
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, alertou que 372 mil pessoas morrem afogadas todos os anos no mundo.
Segundo o primeiro “Relatório Global sobre Afogamento: Evitando uma das Maiores Causas de Morte”, lançado esta segunda-feira em Genebra, o problema está entre as 10 principais causas de morte de crianças e jovens em todas as regiões.
Crianças
O Brasil aparece como terceiro país com o maior número de mortes por afogamento, ficando atrás do Japão e da Rússia. A OMS informou que ocorreram 6487 afogamentos em 2011 no Brasil. Já na Rússia, foram quase 12 mil afogamentos e no Japão, quase 9 mil.
Atrás do Brasil estão os Estados Unidos e a Tailândia. Já Portugal registrou 140 mortes por afogamento.
O documento mostra que o maior índice de casos ocorre entre crianças menores de cinco anos e mais da metade das pessoas que morrem afogadas têm menos de 25 anos.
Número Grande
De Genebra, o diretor do Departamento de Controle de Doenças Crônicas e de Prevenção da Violência e dos Traumatismos da OMS, Etienne Krug, falou à Rádio ONU sobre a situação do Brasil.
“O Brasil tem mais de 6 mil afogamentos por ano, que é um número grande. Acho que primeiro devem ser implementadas as medidas de prevenção básicas a nível das comunidades. Entre essas ações estão a instalação de barreiras (grades para impedir a aproximação das crianças), ter locais seguros para que essas crianças possam ficar durante o período em que os pais trabalham e também ensinar as crianças a nadar nas escolas primárias”.
O médico da OMS falou também sobre as partes do mundo onde ocorrem mais afogamentos.
“As regiões do mundo onde os afogamentos mais acontecem são a África, no sul e no leste da Ásia e também nas regiões do Pacífico. Aí temos as maiores taxas, mas (o afogamento) é um problema mundial que ocorre em todos os países.
Homens x Mulheres
O relatório diz ainda que os homens têm o dobro de chances de morrerem afogados em comparação às mulheres. Além disso, mais de 90% das mortes ocorrem em países de baixa e média rendas.
O documento pede aumento dos esforços e dos recursos para evitar os afogamentos. A diretora-geral da OMS, Margaret Chan afirmou que “ações devem ser tomadas pelos governos federais e estaduais para colocar em prática medidas simples de prevenção”.
Entre as recomendações da OMS estão a instalação de grades para evitar o acesso das crianças à água e, também, ensinar noções básicas de natação a elas. Outro objetivo é ensinar técnicas de salvamento as pessoas que frequentem praias e piscinas.
No plano nacional, a Organização Mundial da Saúde afirma que as intervenções devem incluir a adoção de novas regulações sobre navegação e políticas de segurança na água.
A OMS diz que as mortes por afogamento devem ser maiores já que o relatório não inclui os casos de suicídio, homicídio, alagamentos e cheias ou naufrágios.
O relatório chama atenção também para a necessidade de se tornar a prevenção dos afogamentos como parte dos debates mundiais, como por exemplo, a mudança climática.
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