Brasil não aproveitou Copa para incentivar atividade física, diz especialista
Rio de Janeiro, 11 abr (EFE).- O Brasil desperdiçou a oportunidade de sediar a Copa do Mundo para promover a prática de atividade física por parte da população, segundo o professor e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Pedro Curi Hallal.
O especialista, um dos palestrantes no V Congresso Internacional de Atividade Física e Saúde Pública, que terminou nesta sexta-feira no Rio de Janeiro, acrescentou que espera que a oportunidade de organizar os Jogos Olímpicos de 2016 não seja perdida pelas autoridades públicas neste sentido.
Hallal destacou em entrevista à Agência Efe a necessidade de melhorar a promoção da atividade física no Brasil para, consequentemente, melhorar a saúde da população, e lamentou que o sistema nacional de saúde careça de um projeto concreto para promover a prática de exercícios.
Segundo o especialista, os grandes eventos esportivos “teoricamente podem ajudar” a promover a atividade física entre os brasileiros.
No entanto, “não foi feito o investimento necessário” por parte das diferentes esferas de governo para aproveitar a Copa do Mundo como forma de promover a prática de exercícios.
“Infelizmente, a sensação que tenho é que a oportunidade para promover a atividade física em função do Mundial está perdida”, disse.
Segundo ele, “foi feito o investimento mínimo necessário” para que o evento aconteça, mas a despesa necessária para deixar como legado “uma sociedade mais ativa é uma batalha perdida”.
Em relação aos Jogos Olímpicos, Hallal espera que o evento possa mudar essa realidade e deste modo que “tragam uma herança de melhora na saúde da população através da pratica de atividade esportiva”.
Para ele, isso é “por enquanto só um sonho”, por isso ainda tem esperanças de que se transforme em uma realidade, embora considere que “o caminho não é muito promissor”.
Hallal disse que só 35% dos brasileiros receberam alguma vez como conselho médico aumentar sua atividade física, e que por essa razão é necessário “trabalhar com os profissionais de saúde e treiná-los para que falem de atividade física em seus contatos com os pacientes”.
O especialista também afirmou que esse é “o grande desafio” dos promotores da atividade física no Brasil como política para melhorar a saúde dos cidadãos. Para Hallal, o ideal seria “treinar os profissionais de saúde desde a faculdade”, e não só os especialistas em educação física, como ocorre até agora.
“Todos os que vão trabalhar com os pacientes deveriam ter uma formação em atividade física. É seu direito”, frisou. EFE
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