Brasil nega casos de ebola entre imigrantes haitianos
Rio de Janeiro, 13 abr (EFE).- O Governo do Acre negou neste domingo que tenha sido detectado casos de ebola entre alguns imigrantes haitianos que chegam ao Brasil pela Amazônia, nas fronteiras com o Peru e Bolívia.
“Até a presente data não existe nenhum caso suspeito de provável contaminação pelo vírus ebola”, assegura um comunicado divulgado pela secretaria de Saúde do Acre.
A nota foi uma resposta a um rumor que se expandiu entre a população da região a partir da divulgação de uma informação publicada em um portal de notícias sobre a chegada ao Brasil de uma doença até agora limitada a países da África Central.
O organismo acrescentou que desde que os imigrantes haitianos começaram a chegar em 2010 à cidade de Brasiléia, na fronteira do Acre com a Bolívia, as autoridades reforçaram os controles sanitários e as campanhas de vacinação e de realização de provas para diagnosticar diferentes tipos de doenças.
“Também é examinada a água para o consumo humano para detectar o vibrião do cólera”, assegura o comunicado.
O governo do Acre declarou no ano passado estado de emergência social nas cidades de Epitaciolândia e Brasiléia, ambas na fronteira com a Bolívia, assim como em Assis Brasil, no limite com o Peru, perante a chegada em massa de imigrantes, em sua maioria haitianos, mas também dominicanos e de alguns países africanos.
Segundo autoridades regionais, pelo menos 20 mil imigrantes haitianos ingressaram no Brasil nos últimos três anos por estas cidades, onde são hospedados temporariamente em acampamentos improvisados antes de ser enviados a outras regiões do país.
A imigração em massa provocou uma situação de emergência, agravada nos últimos meses pelas chuvas que inundaram grandes extensões do Acre, e protestos de moradores da região.
A gravidade da situação obrigou as autoridades a transferir nesta semana a Rio Branco cerca de 700 imigrantes que estavam amontoados em um abrigo em Brasiléia com capacidade para 200 pessoas.
A secretária de Saúde do Acre, Suely Melo, afirmou em declarações aos jornalistas que o autor do rumor sobre a suposta aparição do vírus do ebola em Brasiléia foi identificado e será denunciado perante a Promotoria.
Segundo a funcionária, um jornalista de um portal de notícias de Brasiléia utilizou de forma desvirtuada uma advertência da organização Médicos Sem Frontera sobre a possibilidade do ebola se expandir de países africanos a outras regiões do mundo, e deu a entender que a doença tinha sido diagnosticada entre imigrantes haitianos no Brasil.
“Inventar notícias pode gerar pânico entre a população”, afirmou a secretária ao justificar sua decisão de denunciar penalmente o autor do rumor.
Segundo os últimos dados do Unicef, a atual epidemia de ebola matou até agora 111 pessoas em Guiné e Libéria, onde foram registrados 178 casos suspeitos, prováveis ou confirmados.
O vírus do ebola, que surgiu pela primeira vez em 1976 no Zaire (atual República Democrática do Congo) e Sudão, é transmitido por contato direto com o sangue e os fluidos e tecidos corporais das pessoas ou animais infectados. EFE
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