Brasil tem saldo de 782 mil empresas abertas em meio à crise causada pela pandemia

Registro de CNPJs cresce 6% no segundo quadrimestre do ano, na comparação com os quatro primeiros meses de 2020; tempo médio para abertura do negócio caiu para 2 dias e 21 horas

  • Por Gabriel Bosa
  • 17/09/2020 11h40 - Atualizado em 17/09/2020 15h26
Ella Lustosa/Estadão Conteúdo Pessoas caminhando em uma rua cheia com uma bandeira do Brasil atrás Micro e pequenas empresas representam 79% dos novos negócios, revelou Ministério da Economia

O Brasil abriu 782.664 empresas entre maio e agosto deste ano, alta de 6% em relação ao primeiro quadrimestre de 2020 e 2% quando comparado com o mesmo período do ano passado, informou o Ministério da Economia na manhã desta quinta-feira, 17. O saldo é resultado de 1.114.233 novos empreendimentos abertos ante 331.569 fechados. O número de CNPJs encerrados no segundo quadrimestre de 2020 é 6,6% menor do registrado nos quatro primeiros meses do ano e 17,1% em paralelo ao mesmo período do ano passado. No total, o país possui 19.289.824 empresas ativas. Os negócios considerados microempreedimento individual (MEI) lideraram o movimento de abertura, com 889.712 novos CNPJs, representando 79% de todos que foram registrados no segundo quadrimestre, e atualmente são 55,4% de todos os empreendimentos em atividade no país.

“O processo de crescimento tem diversos fatores, como a redução da burocracia, mudança no padrão de consumo, abertura de novos mercados e o cenário econômico como um todo”, afirma o secretário adjunto de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Gleisson Rubin. As empresas do segmento varejista de vestuário e acessórios lideram a abertura de empreendimentos, com 68.711 novos negócios no segundo quadrimestre de 2020, seguida por promoção de vendas, com 51.153 empresas, e fornecimento de alimentos e refeições, com 43.378 novos CNPJs. No comparativo mês a mês, julho foi o que apresentou a maior alta de novos empreendimentos no segundo quadrimestre, com a abertura de 325.131 empresas, alta de 13,6% em comparação a 2019. O período só fica atrás de janeiro, que registrou aumento de 14,6%, com 309.343 novos empreendimentos. Os dados do governo federal apontam abril e maio — que incidem sobre o período de maior impacto do novo coronavírus na economia nacional — como os únicos meses do ano que registraram queda na criação de CNPJs em comparação com o mesmo período do ano passado, com baixa de 29,5% e 20,6%, respectivamente.

O tempo médio para abertura de empresas caiu para 2 dias e 21 horas no segundo quadrimestre de 2020, redução de 1 dia em comparação aos quatro primeiros meses do ano. Em janeiro de 2019, a média era de 5 dias e 9 horas. Goiás é o estado com menor tempo para abertura de empresa, com média de 1 dia e 1 horas, já a Bahia é o mais burocrático, com tempo médio de 7 dias e 18 horas. Entre as capitais, Florianópolis lidera a agilidade na abertura de novos empreendimentos, com média de 5 horas, no outro extremo, Salvador teve o pior desempenho, com tempo médio de 9 dias e 17 horas para abrir um novo negócio.

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