A taxa de subutilização é “uma forma escondida de desemprego”, diz economista
O IBGE divulgou nesta quinta-feira os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD contínua) e o resultado é devastador. Mais de 4,8 milhões de brasileiros gostariam de trabalhar, mas não procuraram emprego no segundo trimestre – a taxa de desalento chegou a 4,4% no período, a maior da série histórica.
Se levar em conta a subutilização do trimestre anterior, a taxa permanece estável, mas houve um forte aumento em relação a taxa do ano passado de 23,8%. Para o economista Hélio Zylberstajn, professor da FEA-USP, o número é “uma forma escondida de desemprego”, pois une os 13 milhões de desempregados, ou seja, os que foram demitidos, mas que estão a procura de emprego com as pessoas que desistiram de trabalhar e não procuram empregos. “O nosso mercado de trabalho está muito ruim. Nossa economia parou de crescer, estagnou. As empresas estão demitindo, mais pessoas chegam ao mercado de trabalho todos os dias. E quando você tem muito desemprego, aumenta a informalidade também”.
Indagado sobre o trabalho intermitente, o professor afirma que a pratica se concentra em apenas 20 postos de trabalho. “nós temos mais de 2.500 ocupações no mercado de trabalho. O que significa que o trabalho intermitente quando utilizada é muito específica, não é generalizado”. O economista encerra a entrevista dizendo que a reforma trabalhista não tem a ver com esse “cenário ruim”, e culpa a economia.
Para o economista Claúdio Frischtak da Inter.B Consultoria, o problema maior está relacionado a Turquia e ao seu governo “populista e irresponsável”. A crise turca não só afetou o país europeu como também afetou os países emergentes. “Você brinca com o populismo e o resultado é esse. Uma desvalorização da lira e um empobrecimento geral da população. Isso é importante observar no nosso pais, quando você tem um governo irresponsável e populista só pode dar em um péssimo resultado”.
Cláudio afirma, também, que a crise começou depois de um aumento de mais de 7% da economia turca, sendo que o potencial de crescimento do país é de apenas 4% tornando-a insustentável. “Quando você não consegue sustentar o crescimento, você entra numa crise. o governo contratou essa crise”.
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