7 a cada 10 paulistanos dizem que Doria fez menos do que se esperava

  • Por Jovem Pan
  • 05/12/2017 09h14 - Atualizado em 05/12/2017 09h17
  • BlueSky
NEWTON MENEZES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO O prefeito João Dória participa da Operação Cidade Linda e Agita COHAB (Regularização e Comercialização de Terrenos), no Jaçanã, na Zona Norte de São Paulo (SP), na manhã do último domingo (03)

Pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira (5) mostra um aumento da rejeição e avaliação negativa da gestão de João Doria Jr (PSDB), prefeito e pré-candidato ao governo do Estado em 2018.

No período desde o levantamento anterior do instituto, Doria anunciou farinata, composto alimentar de comida processada quase vencida que seria dada a moradores de rua e estudantes, o que piorou sua imagem. Também sua ambição de disputar a corrida presidencial foi esvaziada a despeito do esforço depreendido pelo prefeito na pré-campanha. A zeladoria da cidade, como limpeza e manutenção de praças e ruas, tema de mais forte propaganda da Prefeitura, também gera muitas críticas a Doria.

O levantamento constata que 70% dos moradores de São Paulo avaliam que o prefeito fez menos pela cidade do que se esperava. Em outubro, eram 64%. Os que entendem que Doria fez pela cidade o que se esperava dele somam 17%. Apenas um a cada dez paulistanos acredita que o tucano fez mais do que era esperado e 3% não sabem.

Quando a referência é o bairro, os números pioram: 83% acreditam que o prefeito fez menos do que esperava pelo seu bairro. Apenas 9% dizem que Doria fez o que se esperava e 4% avaliam que o tucano fez mais do que se esperava pelo bairro onde vivem.

Ruim/péssimo lidera

Pela primeira vez nos levantamentos do instituto, a avaliação negativa da gestão do prefeito supera a positiva e a regular. 39% dos entrevistados consideram seu governo ruim ou péssimo, aumento de 13% em relação ao começo de outubro.

O índice de avaliação regular caiu de 41% para 31% no estudo mais recente. E número semelhante, de 29%, vê a gestão do tucano como boa ou ótima.

Perfis de apoio e rejeição

Os que mais rejeitam Doria são os as mulheres (44% de ruim/péssimo), os mais pobres – que ganham até dois salários mínimos (44% de ruim/péssimo) de escolaridade média – que cursaram até o ensino Médio (41% de ruim/péssimo) e na faixa de 35 a 44 anos (44% de ruim/péssimo).

Os que mais apoiam o prefeito de São Paulo são os homens (32% de ótimo/bom e 33% de ruim/péssimo), os mais ricos – mais de 10 salários mínimos de renda, perfil no qual tem seu maior apoio (45% de ótimo/bom e 21% de ruim/péssimo), os com ensino superior (33% de ótimo/bom e 35% de ruim/péssimo) e os mais novos, com 16 a 24 anos (32% de ótimo/bom e 38% de ruim/péssimo).

Comparação com ex-prefeitos 

A avaliação de ruim/péssimo em relação a Doria (39%) se iguala à rejeição do seu antecessor Fernando Haddad (PT) no final de seu primeiro ano de gestão, em 2013. O ótimo/bom de Doria (29%), no entanto, supera o de Haddad (18%) à época, ano em que os protestos de junho derrubaram a avaliação de toda a classe política.

A rejeição de Doria após quase um ano de governo só perde para a de Celso Pitta (PP, 1997-2000), com 42% de ruim/péssimo, Paulo Maluf (PP, 1993-1996), com 41% de rejeição, e Jânio Quadros (PTB, 40% de rejeição em 1986).

Gilberto Kassab (27% em 2009), José Serra (23% em 2005), Marta Suplicy (34% em 2001) e Luiza Erundina (35% em 1989) têm avaliação ruim/péssimo menor que Doria.

O Datafolha entrevistou 1.085 pessoas entre 28 e 30 de novembro na cidade de São Paulo e a pesquisa tem margem de erro de 3% para mais ou para menos.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.