830 mil imóveis seguem sem luz após passagem de ciclone em SP
Vendaval de quarta-feira (10) trouxe rajadas de 98 km/h e revive crise de apagões na concessão; empresa mobiliza 1.600 equipes para reconstrução da rede
A Enel Distribuição São Paulo informou, em boletim divulgado nesta sexta-feira (12), que o fornecimento de energia foi normalizado para cerca de 1,8 milhão de clientes. No entanto, aproximadamente 830 mil imóveis — o equivalente a 9,8% da base de consumidores da distribuidora — permanecem sem luz dois dias após a passagem de um ciclone extratropical que atingiu a capital e a Região Metropolitana na quarta-feira (10).
O evento climático, classificado como histórico pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), provocou ventos que perduraram por cerca de 12 horas, com rajadas alcançando 98 km/h. A força do vendaval causou danos severos à infraestrutura elétrica, derrubando árvores e lançando objetos sobre a fiação. Segundo o Corpo de Bombeiros, foram registrados mais de 1.300 chamados para quedas de árvores.
A concessionária destacou que o número de afetados sofreu um acréscimo de 500 mil novos casos ao longo da quinta-feira (11), devido à persistência dos ventos pela manhã. Para os trabalhos de recomposição, que em alguns pontos exigem a reconstrução complexa da rede com troca de postes e transformadores, a Enel mobilizou 1.600 equipes e disponibilizou 700 geradores para serviços essenciais, como hospitais.
Histórico de apagões em São Paulo
A concessionária enfrenta episódios recorrentes de falhas no fornecimento. O evento desta semana apresenta semelhanças alarmantes com o “apagão” de 11 de outubro de 2024, quando um vendaval com rajadas de 107 km/h deixou mais de 3,1 milhões de clientes sem energia na Grande São Paulo. Naquela ocasião, a recuperação total do sistema levou quase uma semana, gerando prejuízos bilionários ao comércio e serviços.
A recorrência de eventos climáticos extremos expõe a vulnerabilidade da rede elétrica paulista. Em 3 de novembro de 2023, outra tempestade de grandes proporções já havia deixado 2,1 milhões de paulistanos no escuro, motivando multas severas por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e investigações do Ministério Público.


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