97% das brasileiras afirmam que já sofreram assédio no transporte público ou privado
Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (18) pelos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva revelou que quase todas as mulheres brasileiras (97%) dizem já ter sofrido assédio no meio de transporte, seja ele público ou privado. Além das que já foram vítimas, 71% delas afirmam que conhecem alguma mulher que já foi assediada em espaço público.
Entre as 1.081 mulheres ouvidas em todas as regiões do Brasil, 46% não se sentem confiantes para usar meios de transporte sem sofrer assédio sexual. A maior parte delas reclama de olhares insistentes, cantadas indesejadas , comentários de cunho sexual, passadas de mão pelo corpo, gestos obscenos, perseguição e até masturbação.
Os números são ainda mais alarmantes dentro do transporte público, onde apenas 26% delas se sentem seguras. Isso acontece porque as brasileiras acreditam (55%) que é mais fácil denunciar abusadores através da locomoção por aplicativos, no qual 45% acreditam ser mais provável que os homens sejam punidos.
O medo do transporte público faz com que 72% das entrevistadas levem em consideração a distância e o tempo de locomoção entre a casa e o trabalho antes de aceitar uma oferta de emprego o permanecer nele.
O meio prefiro por elas é o transporte via aplicativo, em que três em cada quatro (75%) se sente segura. Para 91% das consultadas, esse tipo de locomoção melhorou sua capacidade transitar pela cidade. Além disso, 94% afirmam que se sentem mais seguras sabendo que, se precisarem, podem chamar um transporte desse tipo para voltar para casa.
Mesmo com a sensação de maior segurança através dos aplicativos privados, no entanto, 18% das mulheres ainda afirmam nenhum dos meios de transporte facilita uma denúncia.
Como resolver?
Para a diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão, Jacira Melo, é importante não apenas aplicar leis que criminalizem o assédio sexual no transporte, mas também possuir medidas preventivas. “É preciso desenvolver políticas e mecanismos para prevenção, para garantir que as brasileiras possam se sentir seguras ao exercerem seu direito de ir e vir, garantindo também seu direito a uma vida sem violência. Para as mulheres que em sua maioria estudam e trabalham fora de casa, a segurança no deslocamento é uma questão essencial”, diz.
*Com informações da Agência Brasil
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