‘A prova de linguagens do Enem é um desserviço’, diz Cíntia Chagas
A professora Cíntia Chagas criticou a prova de linguagens do Enem, que foi aplicada no primeiro dia de exame. Para ela, a prova não avalia os candidatos como deveria nessa área. “A prova de linguagens é um desserviço”, disse em entrevista ao Pânico, nesta segunda-feira (12).
Cíntia ressaltou que o exame não avalia o uso correto da língua. “A gente percebe que o Enem desmerece a gramática normativa da língua portuguesa”, afirmou a professora. “Não há nenhuma questão de gramática, não há questões de literatura, estilos de época”, continuou, dizendo que a prova é extremamente interpretativa.
A docente também criticou a redação do Enem, que é a sua área de especialização. Ela não concorda com os métodos de avaliação da dissertação. “O aluno consegue tirar nota total com erros gramaticais”, reclamou, contando que “as redações que ganharam 1000 [a nota máxima] são sempre de esquerda”.
Escola Sem Partido
Falando sobre o projeto Escola Sem Partido, Cíntia Chagas admitiu que não acha que a proposta seja viável. “A Escola Sem Partido seria linda se ela fosse possível”, lamentou.
A professora defendeu que os docentes sempre contem todos os lados da história. “Se o cara for falar do afastamento da Dilma, por exemplo, ele tem obrigação de falar por que para algumas pessoas foi mesmo impeachment e por que para outras foi golpe”, explicou. “O que ele não pode é dar aula com botton do PT ou do Bolsonaro.”
Por outro lado, Flavio Morgenstern, que também esteve no Pânico, acredita que a proposta já é um sucesso. “Mesmo que esse projeto nunca saia do papel, ele já ganhou”, disse. “É difícil que, hoje em dia, um aluno queira seguir uma carreira acadêmica sem que saiba que existe o outro lado”, comemorou o escritor.
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