Ex-ajudante de Bolsonaro, Mauro Cid é preso em operação da PF contra fraudes em dados de vacinação da Covid-19

Agentes da PF estiveram na casa de Bolsonaro para cumprir mandado de busca e apreensão; investigados usavam dados para emitir certificados de vacinação e burlar medidas sanitárias

  • Por Jovem Pan
  • 03/05/2023 07h31 - Atualizado em 03/05/2023 09h35
Polícia Federal/Divulgação Polícia Federal Investigados poderão responder pelos crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores

A Polícia Federal (PF) prendeu o coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A prisão aconteceu na manhã desta quarta-feira, 3, durante a deflagração da Operação Venire, que investiga a atuação de uma associação criminosa que estaria inserindo dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em sistemas do Ministério da Saúde. A ação foi deflagrada após autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao todo, estão sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e outros seis de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro. Até agora, há a confirmação de dois presos no Rio de Janeiro e quatro em Brasília, incluindo o policial militar Max Guilherme e o militar do Exército Sérgio Cordeiro, ambos seguranças próximos ao ex-presidente. As primeiras informações mostram ainda que a PF estava cumprindo mandados no condomínio onde o ex-mandatário mora desde que retornou ao Brasil. Segundo as informações iniciais, Bolsonaro não está entre os alvos dos mandados de prisão. Dentre os certificados de imunização que teriam sido forjados estão o de Bolsonaro, de sua filha Laura, de Mauro Cid e da família do coronel. Os celulares do ex-presidente e de sua esposa, Michelle Bolsonaro, foram apreendidos. Segundo apurou a reportagem da Jovem Pan News, o ex-presidente Jair Bolsonaro está intimado a depor ainda nesta quarta-feira.

As inserções falsas de dados teriam acontecido entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 e tiveram como principal consequência a “alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante”, permitindo que os beneficiários pudessem emitir certificados de vacinação e burlar restrições sanitárias vigentes para conter o avanço da Covid-19. A investigação da PF aponta que o objetivo do grupo seria “manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”. As ações da PF ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação das “milícias digitais”, que tramita perante o STF.  Os investigados poderão responder pelos crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

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